(Delta/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 06h00.
Com seus clientes casa vez mais acostumados com luxo, a Delta Air lines, uma das principais companhias aéreas dos Estados Unidos, registrou um lucro líquido R$ 1,42 bilhão no terceiro trimestre de 2025, alta de 11% na base anual, equivalente a US$ 2,17 por ação.
A receita do segmento de alto padrão, que inclui primeira classe e assentos econômicos mais espaçosos, subiu 9% no trimestre, alcançando quase US$ 5,8 bilhões, enquanto a receita da classe econômica principal caiu 4%, para cerca de US$ 6 bilhões. A receita ajustada, por sua vez, cresceu 4% em relação ao ano anterior.
Segundo CEO Ed Bastian, não há sinais de desaceleração na demanda por viagens premium, tendência que ajudou a impulsionar a projeção otimista da companhia para o restante de 2025 e para o próximo ano.
O presidente da Delta, Glen Hauenstein, disse à CNBC que a receita das opções mais sofisticadas da companhia, como a primeira classe, está no caminho de superar as vendas da classe econômica principal no próximo ano.
A Delta informou que espera um lucro ajustado por ação de US$ 6 para o ano completo, no limite superior da previsão de US$ 5,25 a US$ 6,25, divulgada em julho, para 2025.
A receita nos últimos três meses do ano deve crescer até 4%, superando os 1,7% estimados por Wall Street. As estimativas otimistas se devem ao aumento das tarifas aéreas e à demanda resiliente por viagens de luxo.
“Olhando para 2026, a Delta está bem posicionada para entregar crescimento de receita, expansão de margens e melhoria nos lucros, de forma consistente com nossa estrutura financeira de longo prazo”, afirmou Ed Bastian em comunicado sobre os resultados.
A companhia se beneficia do aumento das tarifas aéreas e da demanda resiliente por viagens de luxo, além de um mercado doméstico mais equilibrado, com menor excesso de voos que reduziram tarifas e receita das companhias aéreas neste ano.
A companhia com sede em Atlanta foi a primeira das grandes aéreas a divulgar seus resultados neste trimestre, e suas ações subiram mais de 4% na sessão de ontem, 8, refletindo o otimismo do mercado em relação ao desempenho futuro.
Para atender ao público de renda mais alta, a Delta e outras companhias aéreas têm se esforçado para adicionar mais assentos premium às suas frotas. Alguns são camas totalmente reclináveis, com pufes e grandes telas. Os detalhes chegaram a provocar atrasos nas entregas de novas aeronaves, pois precisavam ser aprovados pelos reguladores.
Com mais de 10 mil voos atrasados nos EUA esta semana, alguns devido à escassez de controladores de tráfego aéreo, levantaram preocupações sobre as tensões na indústria de aviação do país durante a paralisação do governo federal.
Apesar dos temores, o CEO da Delta afirmou em entrevista que a companhia aérea não observou “nenhum impacto” até agora com a paralisação, mas pediu uma resolução rápida. A paralisação governamental que durou mais de um mês, do final de 2018 ao início de 2019, terminou horas depois que um aumento no número de faltas de controladores de tráfego aéreo interrompeu os voos na região de Nova York.
“Eu diria que, se isso não for resolvido, digamos, depois de mais 10 dias ou mais, você provavelmente começará a ver alguns impactos”, disse Bastian à CNBC.