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Preço do petróleo recua mais de 1% com possível aumento na oferta da Opep+

Discussão sobre aumento de produção em julho pressiona preços e eleva temor de excesso de oferta

 (Mekdet/Getty Images)

(Mekdet/Getty Images)

Publicado em 22 de maio de 2025 às 09h01.

Os preços do petróleo caíram mais de 1% nesta quinta-feira, 22, após uma reportagem da Bloomberg indicar que a Opep e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, discutem um novo aumento de produção a partir de julho. A notícia reacendeu temores de excesso de oferta em um cenário de demanda ainda incerta.

Por volta das 7h36 (horário de Brasília), o Brent recuava US$ 1,05, ou 1,6%, sendo negociado a US$ 63,86 o barril. Já o WTI, referência nos Estados Unidos, caía US$ 0,98, também 1,6%, a US$ 60,59, segundo dados da Reuters.

O grupo avalia uma elevação de até 411 mil barris por dia (bpd) em julho, segundo a Bloomberg. Ainda não há decisão final, mas a proposta deve ser debatida na reunião marcada para 1º de junho.

“Estamos vendo o mercado reagir ao sinal de que a Opep pode estar abandonando a estratégia de defesa de preços para focar em participação de mercado”, avaliou Harry Tchiliguirian, da Onyx Capital Group, à Reuters.

Para Helima Croft, analista da RBC Capital, a alta de 411 mil bpd — em grande parte vinda da Arábia Saudita — é o cenário mais provável. “A dúvida é se os cortes voluntários serão revertidos completamente antes do outono no Hemisfério Norte”, disse em relatório.

Além das expectativas em torno da Opep+, os preços do petróleo já estavam pressionados após dados da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês) mostrarem aumento inesperado nos estoques da semana passada. Os estoques de petróleo subiram 1,3 milhão de barris, para 443,2 milhões, na semana encerrada em 16 de maio — os analistas projetavam queda.

Segundo Emril Jamil, da LSEG Oil Research, os estoques maiores devem intensificar a pressão sobre os preços, especialmente sobre o WTI, e podem incentivar mais exportações americanas para a Europa e a Ásia.

Enquanto isso, o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos segue em alta, o que pode sinalizar menor demanda à frente — cenário desafiador para um mercado que pode receber mais barris da Opep+ nas próximas semanas.

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