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Petróleo opera estável com impasse em negociações entre EUA e Irã

Tensões geopolíticas e sinais de desaceleração na China deixam mercado mais cauteloso

 (Maxim Shemetov/Reuters)

(Maxim Shemetov/Reuters)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 20 de maio de 2025 às 09h57.

Os preços do petróleo operam com pouca variação nesta terça-feira, 20, em meio à incerteza sobre as negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã, tratativas de paz entre Rússia e Ucrânia e sinais de desaceleração econômica na China, maior importador global de petróleo.

Por volta de 6h47 (horário de Brasília), o Brent para julho recuava 0,1%, a US$ 64,75 o barril.

O WTI para junho, que vence hoje, estava estável a US$ 64,80, enquanto o contrato mais líquido, para julho, caía 0,1%, a US$ 62,10. Já às 9h22, os preços ampliaram as perdas: o Brent caía 0,4%, a US$ 65,28, e o WTI para julho recuava 0,3%, a US$ 61,95.

O movimento reflete a cautela dos investidores diante do impasse nas conversas entre Teerã e Washington. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, manifestou dúvidas sobre a possibilidade de um acordo, enquanto os EUA insistem em restrições mais rígidas ao programa nuclear iraniano. Caso haja consenso, a expectativa é que o Irã possa elevar suas exportações em até 400 mil barris por dia, segundo a StoneX.

China fraca e tensões geopolíticas

Além do fator Irã, os preços do petróleo enfrentam resistência com a retomada de conversas entre Rússia e Ucrânia, ainda que um acordo imediato pareça improvável, segundo analistas.

Há também expectativa de que a Rússia continue limitada pelos compromissos firmados na Opep+.

Do lado da demanda, dados divulgados pelo governo chinês apontaram desaceleração na produção industrial e nas vendas no varejo, o que levanta dúvidas sobre o ritmo de consumo de combustíveis.

No entanto, a análise não considerou a pausa de 90 dias nas tarifas entre os EUA e a China. Na segunda-feira, 19, o Goldman Sachs apontou uma retomada nos fluxos comerciais da China, o que pode indicar uma recuperação parcial.

A Moody’s rebaixou a nota de crédito dos EUA. Isso aconteceu por causa do aumento da dívida pública. Esse rebaixamento traz mais incerteza para o crescimento da maior economia do mundo. Diante das incertezas macroeconômicas e geopolíticas, analistas dizem que os preços do petróleo podem continuar voláteis a curto prazo.

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