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Petrobras perde R$ 25 bi em valor de mercado em poucas horas

Movimento é reflexo do anúncio da elevação do preço dos combustíveis, que frustrou o mercado; ano que vem será extremamente delicado para a estatal, diz banco


	No acumulado de 2013, as ações ordinárias da Petrobras registram queda de 12,5%
 (Getty Images)

No acumulado de 2013, as ações ordinárias da Petrobras registram queda de 12,5% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 09h40.

São Paulo – As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) despencavam 10% no primeiro pregão de dezembro, fazendo a estatal perder cerca de 25 bilhões de reais em valor de mercado em poucas horas.

O movimento é reflexo do anúncio da última sexta-feira, no qual a companhia comunicou a elevação do preço da gasolina nas refinarias em 4% e do diesel em 8%. Após o anúncio dos reajustes, o Credit Suisse rebaixou o preço-alvo dos ADRs da Petrobras de 25,00 dólares para 14,00 dólares. “O ano que vem parece agora extremamente delicado para a Petrobras” afirmam Vinicius Canheu e Andre Sobreira em relatório. O aumento de preços foi considerado “tímido”.

“Uma fórmula de precificação opaca não mostra o progresso esperado sobre a metodologia anterior. Ele também levanta a questão de como se pode ter certeza sobre novos aumentos de preços em 2014, um ano eleitoral com as preocupações crescentes sobre a inflação e desvalorização do real. Todas estas questões têm um impacto tangível sobre a empresa”, afirma o relatório. O Credit Suisse classificou a recomendação como underperform (o equivalente a venda).

A XP investimentos, em relatório diário, também recomenda venda. Para a corretora, o reajuste veio um pouco abaixo do esperado pelo mercado. “A companhia permanecerá sendo afetada, destruindo valor para os acionistas, pois diesel representa 42% da composição das receitas com venda de derivados e gasolina representa 24%, esses aumentos trarão pequenas reduções de prejuízos nos resultados da companhia”, afirma relatório diário. A corretora acredita que entre as duas ações (ordinária e preferencial), a ordinária tenderia a sofrer mais, pois não se vislumbra o retorno do pagamento de dividendos para esta classe de ações.

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Matéria atualizada às 17:43


"Permanecem as dúvidas quanto à autonomia da estatal para elevar os preços dos combustíveis no futuro, ficando também as preocupações relacionadas ao segmento de refino e ao endividamento da empresa. Por outro lado, o reajuste pontual do diesel e da gasolina ficou ligeiramente abaixo das estimativas, mas poderá estabelecer um piso para a cotação das ações da Petrobras, na medida em que ajuda a reduzir a defasagem em relação às cotações internacionais dos combustíveis, e, consequentemente, aliviando o prejuízo no segmento de abastecimento", explica o analista Marcelo Torto, da Ativa Corretora.

Em novembro, as incertezas relacionadas ao preço dos combustíveis fizeram a estatal amargar uma perda de 16,5 bilhões de reais em valor de mercado, fechando o período com um valor estimado em 243,5 bilhões de reais. Trata-se da maior perda mensal em valor de mercado dentre as companhias listadas na Bovespa.

No acumulado de 2013, as ações ordinárias da Petrobras registram queda de 12,5%, enquanto o Ibovespa, principal referência da bolsa brasileira, perde 15%.

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