Moeda mexicana vem chamando a atenção dos investidores diante da instabilidade tarifária dos EUA (Susana Gonzalez/Bloomberg)
Redatora
Publicado em 14 de julho de 2025 às 16h54.
Última atualização em 14 de julho de 2025 às 17h18.
O peso mexicano apresentou valorização de 11% neste ano, liderando entre as moedas emergentes, mesmo em meio às ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O destaque aconteceu apesar da recente proposta da implementação de uma taxa de 30% sobre produtos importados do México e da União Europeia, que chegou a provocar queda da moeda nesta segunda-feira, 14. Ainda assim, o peso mantém trajetória positiva, impulsionado por fatores internos e pela resposta moderada do governo mexicano às pressões americanas.
A política de juros do Banco Central do México tem sido um dos principais atrativos. A taxa básica do país está atualmente em 8%, mesmo após um corte de 0,5 ponto percentual no mês passado. A cautela nas reduções tem mantido o país como destino atrativo para operações de carry trade, que buscam retorno em moedas com rendimentos elevados, segundo a Bloomberg.
Como forma de combate, a presidente Claudia Sheinbaum tem adotado um discurso conciliador com os Estados Unidos. A sinalização de diálogo com Washington e a tentativa de acordo antes do prazo de 1º de agosto ajudaram a reduzir a volatilidade do mercado. Segundo a própria mandatária, já existe um plano caso as negociações fracassem.
O bom desempenho do peso também reflete a percepção de que parte das ameaças comerciais de Trump não se concretizaram. Investidores vêm reagindo com menos intensidade a novos anúncios, avaliando que, mesmo com tensões diplomáticas, o México continuará sendo um parceiro estratégico na cadeia de produção regional estabelecida pelo USMCA, o acordo comercial entre EUA, México e Canadá.
Um funcionário da Casa Branca afirmou no sábado, 12, que produtos em conformidade com o USMCA devem continuar isentos das tarifas. O Canadá também foi mantido fora da lista de novos tributos, de acordo com a Bloomberg.