Jerome Powell, presidente do Fed: ata de setembro deve detalhar mudança de foco da inflação para o mercado de trabalho (Yasin Ozturk/Anadolu/Getty Images)
Repórter
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 05h51.
Os investidores aguardam nesta quarta-feira, 8, a divulgação da ata da reunião de setembro do Federal Reserve (Fed), que deve oferecer pistas sobre o caminho dos juros nos Estados Unidos. O documento deve detalhar as discussões entre dirigentes sobre quantas reduções adicionais poderão ocorrer ainda neste ano, segundo o jornal britânico Financial Times.
Na reunião de setembro, o Fed reduziu sua taxa básica pela primeira vez desde dezembro de 2024, em 0,25 ponto percentual. No mesmo encontro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) indicou, por meio do seu Resumo de Projeções Econômicas, que vê espaço para pelo menos mais dois cortes de 0,25 ponto até dezembro.
A decisão foi quase unânime, com apenas um voto contrário — o de Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump, que defendia um corte mais agressivo, de 0,5 ponto percentual. A ata deve trazer mais clareza sobre o peso desse debate e os argumentos apresentados.
Outro ponto de destaque é a mudança de foco do Fed. Até recentemente, as preocupações estavam concentradas no risco de persistência inflacionária. Agora, segundo o FT, a atenção se voltou para sinais de fragilidade no mercado de trabalho. Embora a taxa de desemprego permaneça baixa, uma sequência de relatórios fracos sobre criação de vagas embasou a decisão de cortar os juros.
O documento também pode mostrar como os diretores Michelle Bowman e Christopher Waller, que haviam discordado da maioria na reunião anterior, se alinharam ao corte em setembro. A convergência foi vista como um gesto de unidade em um momento em que Trump pressiona a independência da autoridade monetária.
No mercado futuro de juros, operadores precificam atualmente entre um e dois cortes de 0,25 ponto até o fim de 2025. A ata deve servir como guia para calibrar essas apostas, em um cenário em que a política monetária dos EUA segue no centro das atenções globais.