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O dólar vem perdendo força frente ao real. A queda livre não foi só no Brasil

Moeda americana atingiu menor cotação em duas semanas, com aposta de corte de juros por parte do Fed

Powell e Trump: Atritos com o presidente do Fed também ajudaram a enfraquecer a confiança na moeda, apontam especialistas (Drew Angerer/Getty Images)

Powell e Trump: Atritos com o presidente do Fed também ajudaram a enfraquecer a confiança na moeda, apontam especialistas (Drew Angerer/Getty Images)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 12h26.

Última atualização em 13 de agosto de 2025 às 12h28.

O dólar fechou ontem no seu menor patamar frente ao real em 14 meses. A depreciação mais recente da moeda americana, no entanto, não é só no Brasil.

A divida americana caiu para o menor nível em duas semanas frente a uma cesta de diversas moedas nesta quarta-feira, 13, refletindo o aumento das expectativas de corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) no mês que vem, além das crescentes incertezas em torno das tentativas do presidente Donald Trump de interferir nas instituições financeiras dos Estados Unidos.

Pela manhã, a moeda americana operava em queda em relação a outras moedas. O euro avançava a US$ 1,1706, alcançando brevemente o maior valor desde 28 de julho. Já a libra subia para US$ 1,3544, atingindo o maior patamar desde 24 de julho. O dólar também registrava desvalorização em relação ao iene japonês, sendo cotado a 147,48 ienes. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas estrangeiras, recuava 0,30%, a 97,80 pontos, seu menor nível em duas semanas.

O movimento de queda no valor do dólar foi impulsionado por dados econômicos que surpreenderam o mercado. A inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que subiu 0,26% em julho, ficou abaixo da expectativa do mercado de 0,37%, alimentando o otimismo dos investidores sobre um possível corte de juros na próxima reunião do Fed, prevista para setembro. De acordo com o CME Group, 93,9% dos analistas projetavam uma redução da taxa de juros para a faixa entre 4% e 4,25%. Após a divulgação dos dados de inflação, a confiança do mercado aumentou, alcançando 99,9% de probabilidade de corte de juros.

Além dos dados de inflação, o enfraquecimento da confiança no dólar também foi impulsionado pelas recentes declarações de Trump, que indicaram uma tentativa de minar a independência do Federal Reserve. Trump disse que está considerando a progressão de um processo contra o presidente do Fed, Jerome Powell, por conta da reforma da sede do banco central.

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