Ben & Jerry's: marca é a terceira maior de sorvetes do mundo (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Getty Images)
Repórter
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 05h49.
A Unilever não poderá concretizar seu divórcio de 15 bilhões de euros da Ben e Jerry's por enquanto — e o motivo é a paralisação do governo dos Estados Unidos, que já dura quase três semanas.
Em comunicado ao mercado nesta terça-feira, 21, a empresa informou que a US Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais americano, está impossibilitada de registrar as ações da nova companhia para negociação na bolsa de Nova York.
A divisão de sorvetes — que inclui marcas como Magnum, Ben & Jerry’s e Cornetto — será desmembrada da Unilever e passará a operar de forma independente como Magnum Ice Cream Company. A listagem principal estava marcada para 10 de novembro na bolsa de Amsterdã, com registros secundários em Londres e Nova York.
A cisão faz parte do plano de reestruturação conduzido por Fernando Fernández, novo CEO da Unilever, que aposta em um reposicionamento estratégico da companhia, com foco em cuidados pessoais e beleza.
A Ben & Jerry’s foi adquirida pela Unilever em 2000 sob um acordo que garantiu à marca um conselho autônomo responsável por decisões ligadas à sua missão social, enquanto a Unilever manteve o controle financeiro e operacional.
O relacionamento, já tenso, se deteriorou no fim de 2024, quando a Ben & Jerry’s processou a Unilever por interferência em sua autonomia e por tentar silenciar posicionamentos pró-refugiados palestinos.
Segundo o banco Barclays, a divisão de sorvetes responde por 20% do mercado global e gerou € 8,3 bilhões em receitas no último ano.