Redatora
Publicado em 22 de maio de 2025 às 09h58.
O CEO da Nvidia (NVDA), Jensen Huang, afirmou nesta semana que as restrições impostas pelos Estados Unidos à exportação de chips resultaram em uma queda drástica na presença da empresa na China. Segundo ele, a fatia de mercado da companhia no país asiático caiu de 95% para 50%.
As declarações foram feitas durante a feira de tecnologia Computex, em Taiwan. Para Huang, as medidas do governo americano são um “fracasso” e acabam prejudicando mais as empresas dos EUA do que a China, que, segundo ele, acelerou o desenvolvimento de chips próprios como reação às barreiras comerciais.
A fala do executivo ocorre em um momento de tensão crescente entre Washington e Pequim no setor de semicondutores. Na segunda-feira, o Ministério do Comércio da China reagiu à nova política americana, chamando as restrições de “excessivas” e “intimidadoras” e pedindo que a Casa Branca “corrija seus erros”.
O governo Biden havia implementado a chamada regra de difusão de IA, que foi descartada recentemente pela administração Trump. A promessa é que um novo modelo regulatório seja apresentado no futuro.
Nesse cenário, a Nvidia tenta manter relações com os dois lados em uma espécie de guerra fria tecnológica. Na semana passada, Huang esteve com Donald Trump na Arábia Saudita, onde o presidente o chamou de “amigo” e elogiou os investimentos da companhia em inteligência artificial.
Apesar da aproximação com os EUA, Huang mantém laços com a China. Em abril, disse a parlamentares americanos que o país asiático está rapidamente se aproximando dos EUA na corrida da IA. Ele também destacou os avanços da Huawei, que estaria desenvolvendo um chip avançado para competir com a Nvidia.
A empresa anunciou a aquisição de um novo espaço para funcionários em Xangai, embora tenha informado que não enviará propriedade intelectual nem projetos de unidades de processamento gráfico para lá.
Em conversas com autoridades chinesas, Huang reafirmou o compromisso da Nvidia com o mercado local. Ao mesmo tempo, a empresa adapta seus produtos para se manter em conformidade com as normas americanas.