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Nike diz que guerra tarifária vai custar US$ 1 bilhão; balanço vem abaixo das expectativas

Receita da companhia caiu em todas as regiões no trimestre, mas foi um pouco melhor na América do Norte, seu maior mercado

As vendas caíram para US$ 11,1 bilhões, uma redução de 12% em comparação aos US$ 12,61 bilhões do ano passado (Thiago Prudencio/SOPA Images/Getty Images)

As vendas caíram para US$ 11,1 bilhões, uma redução de 12% em comparação aos US$ 12,61 bilhões do ano passado (Thiago Prudencio/SOPA Images/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 26 de junho de 2025 às 17h54.

Última atualização em 26 de junho de 2025 às 20h02.

A Nike divulgou nesta quinta-feira seus resultados financeiros do quarto trimestre fiscal após o fechamento do mercado. Alguns números vieram abaixo da expectativa. Mesmo assim, os papéis subiam mais de 9% no pós-mercado. No ano, as ações caíram mais de 17%. O diretor financeiro da empresa, Matt Friend, falou o quanto vai pesar caso a guerra tarifária em curso persista.

“Com as novas taxas de tarifas em vigor, estimamos um aumento no custo incremental bruto para a Nike de aproximadamente US$ 1 bilhão", afirmou. O executivo afirmou que o plano é tentar “mitigar completamente” esse custo ao longo do tempo - à medida que a Nike ajusta sua cadeia de suprimentos e trabalha com seus parceiros de fábricas e varejo.

Atualmente, 16% da cadeia de suprimentos da empresa está na China. A companhia espera reduzir esse percentual até a metade do próximo ano.

“Apesar das tarifas elevadas atuais para produtos chineses importados para os Estados Unidos, a capacidade e a capacidade de fabricação na China continuam sendo importantes para nossa base de fontes globais”, disse Friend.

Lucro e vendas

O lucro líquido da empresa no período de três meses encerrado em 31 de maio foi de US$ 211 milhões, ou 14 centavos por ação, uma forte queda em relação ao US$ 1,5 bilhão, ou 99 centavos por ação, registrados no ano anterior. Os analistas estavam esperando 13 centavos.

As vendas caíram para US$ 11,1 bilhões, uma redução de 12% em comparação aos US$ 12,61 bilhões do ano passado. Já a receita para o período atingiu US$ 11,1 bilhões, contra US$ 10,72 bilhões estimados.

Friend afirmou que o quarto trimestre fiscal será o período com o “maior impacto financeiro” e que os "ventos contrários" devem diminuir no futuro. “Estou confiante na nossa capacidade de navegar por esse ambiente dinâmico e incerto, focando no que podemos controlar”, disse.

Durante o trimestre, a receita da Nike Direct, que inclui lojas, vendas no atacado e o site da marca, caiu 14%, com uma queda de 26% nas vendas digitais e uma redução de 9% nas vendas no atacado. As lojas da Nike, no entanto, foram um ponto positivo. Durante o trimestre, as vendas nesse segmento aumentaram 2%.

Mercados

A receita caiu em todas as regiões durante o trimestre, mas foi um pouco melhor do que o esperado na América do Norte, o maior mercado da Nike. As vendas caíram 11%, totalizando US$ 4,70 bilhões na América do Norte, superando os US$ 4,42 bilhões esperados pelos analistas, de acordo com o StreetAccount.

Ainda assim, a receita na China foi de US$ 1,48 bilhão, um pouco abaixo do US$ 1,5 bilhão que os analistas esperavam.

Desde que a Nike reportou seus últimos lucros, as tarifas sobre os produtos importados da China aumentaram para 30%. A empresa aumentou os preços de sua linha de produtos para compensar esses custos, segundo informaou a CNBC.

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