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Publicado em 20 de agosto de 2025 às 13h43.
Última atualização em 20 de agosto de 2025 às 14h43.
A Motiva (ex-CCR) (MOTV3), que estuda a reciclagem de seu portfólio desde 2024, está em via de vender seus ativos aeroportuários. Segundo o Estadão, os 20 aeroportos da companhia podem ser adquiridos por um consórcio reunindo operadores do setor e investidores estrangeiros. As propostas vinculativas, segundo a publicação, estão programadas para serem apresentadas em setembro.
A companhia quer vender o negócio em bloco, ou seja, envolvendo todos os seus ativos no setor. A operação estaria avaliada entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões. Por conta do possível acordo, a ação da Motiva chegou a operar entre as maiores altas do Ibovespa hoje e subia mais de 2% no início da tarde.
Entre as empresas citadas pela reportagem que teriam analisado a compra, estão as operadoras europeias Fraport, Zurich, Vinci e Aena, as empresas mexicanas Grupo Aeroportuario del Pacífico (GAP), Asur e OMA, e a argentina Corporación América Airports.
Procurado por EXAME, a Motiva afirmou que vai manter o posicionamento anunciado ao mercado no último mês de maio, em fato relevante.
"A Companhia informa os seus acionistas e o mercado que o processo competitivo em curso entrou na fase de negociações não vinculantes, sem qualquer obrigação de exclusividade para a companhia ou suas afiliadas", diz o texto publicado à época.
De acordo com o Itaú BBI, a notícia, se confirmada, será positiva para a Motiva, podendo reduzir a dívida líquida da holding e abrir espaço em seu balanço para a participação em mais leilões de rodovias.
A ex-CCR, na divulgação dos resultados de 2024, considerava o segmento de aeroportos fragmentado, com oportunidades de consolidação, e trabalhava com assessores no estudo de cenários e estruturação do negócio, além de diminuição de riscos na área.
No setor de infraestrutura, o segmento aeroportuário é considerado pelo mercado como de menor previsibilidade de usuários.
A entrada da Motiva nos negócios aeroportuários começou no exterior, quando comprou participação no consórcio de administração do Aeroporto Internacional de Quito, no Equador, em 2012. No mesmo ano, adquiriu também participação nos aeroportos internacionais de Curaçao e Juan Santamaria, na Costa Rica.
A primeira entrada da ex-CCR na área aeroportuária no Brasil foi no Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), depois de vencer leilão realizado em 2013. Em 2021, a companhia passou a administrar também o Aeroporto da Pampulha, na capital mineira.
No mesmo ano, a Motiva venceria leilão do governo federal de dois blocos (Sul e Central) aeroportuários, envolvendo os seguintes aeroportos: Curitiba (PR), Goiânia (GO), Navegantes (SC), Palmas (TO), São Luís (MA), Londrina (PR), Petrolina (PE), Pelotas (RS), Joinville (SC), Imperatriz (MA), Uruguaiana (RS), Teresina (PI), Bagé (RS), Foz do Iguaçu (PR) e Bacacheri (PR).