Estagiária de jornalismo
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 16h33.
O índice Merval, principal indicador da Bolsa de Buenos Aires, vem registrando resultados ruins neste ano. Até 9 de setembro, o índice acumulava uma queda de 31,78% em pesos argentinos e um tombo de 50,35% em dólares, levando em conta a desvalorização da moeda local.
São sinais que reacendem, entre investidores, os temores de crises econômicas do passado no país.
Esses números configuram o pior desempenho mundial entre as 21 bolsas analisadas pela consultoria Elos Ayta e representam a maior queda desde 2008, quando o Merval despencou 54,17% devido à crise financeira global e às turbulências políticas locais.
Fatores internos da Argentina, como a recente derrota do governo de Javier Milei nas eleições em Buenos Aires, também abalaram a confiança dos investidores mais identificados com a agenda econômica liberal do presidente argentino.
Em 2018, o Merval já havia registrado uma queda de quase 50% em dólares, em meio à crise cambial que forçou o país a solicitar o maior empréstimo da história do FMI, no valor de US$ 57 bilhões, para conter a desvalorização do peso e combater a inflação.
Enquanto a bolsa da Argentina enfrenta sua crise, outros mercados globais apresentam resultados positivos. A Colômbia, por exemplo, lidera com uma alta de 51,08% em dólares, seguida pela Espanha (46,34%) e Itália (38,78%).
Nos Estados Unidos, índices como o Nasdaq (13,3%), S&P 500 (10,73%) e Dow Jones (7,44%) também registraram ganhos, embora mais modestos.
No Brasil, o Ibovespa valorizou-se 34,32% em dólares, beneficiado pela desvalorização da moeda americana frente ao real (-12,35%), o que ampliou o retorno para investidores estrangeiros.