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Intel e agora OpenAI: a Nvidia já vale US$ 4 trilhões, mas quer mais

Companhia pode ser a primeira do mundo a atingir avaliação de mercado de US$ 9 trilhões, segundo analista

Nvidia: empresa deve subir ainda mais depois de acordos milionários (Antonio Bordunovi/Getty Images)

Nvidia: empresa deve subir ainda mais depois de acordos milionários (Antonio Bordunovi/Getty Images)

Publicado em 22 de setembro de 2025 às 15h24.

Para a Nvidia (NVDA), ser a empresa mais valiosa do mundo já se tornou um sonho do passado. A empresa, que alcançou uma avaliação de mercado de US$ 4 trilhões em julho, agora caminha para os U$ 4,5 trilhões. E quer mais.

Nesta segunda-feira, 22, a Nvidia anunciou um acordo de US$ 100 bilhões com a OpenAI, do ChatGPT, para estabelecer uma parceria estratégica.

O plano, segundo as companhias, é disponibilizar pelo menos 10 gigawatts em chips da Nvidia para sustentar a infraestrutura da OpenAI. O início da primeira fase está previsto para o segundo semestre de 2026. Detalhes do contrato devem ser finalizados nas próximas semanas.

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, classificou o acordo com a OpenAI como “monumental” e reafirmou que a empresa continuará sendo a fornecedora preferencial de chips para a startup.

A infraestrutura será baseada nos sistemas Vera Rubin, da próxima geração da Nvidia, e irá complementar outras parcerias já firmadas com Microsoft, Oracle e o projeto Stargate.

A OpenAI, que afirmou ter 700 milhões de usuários mensais, também depende da Nvidia para expandir sua base de operações. Sam Altman, CEO da dona do ChatGPT, declarou que “há três coisas que a OpenAI precisa fazer bem: pesquisa, produto e infraestrutura”.

O anúncio vem no rastro de outra grande aposta de Huang. Na semana passada, foi confirmado um acordo histórico de US$ 5 bilhões com a Intel (INTC) para o desenvolvimento de chips avançados de inteligência artificial, em uma tentativa de ajudar a companhia a recuperar o espaço que perdeu nos últimos anos.

A caminho dos US$ 9 trilhões

Para o analista Ben Reitzes, da Melius Research, a valorização da Nvidia ainda está longe do topo. Segundo ele, a companhia pode atingir uma capitalização de mercado de US$ 9 trilhões até o fim da década.

O argumento de Reitzes é baseado na aceleração da demanda por infraestrutura de inteligência artificial. A estimativa é que a demanda energética da IA cresça 30% ao ano, com cada gigawatt de energia representando até US$ 60 bilhões em potencial de receita para a Nvidia.

Com isso, a expectativa é que a Nvidia possa gerar até US$ 600 bilhões por ano em receita até 2030, caso consiga capturar uma fatia substancial dessa oportunidade.

No entanto, o analista destaca que para atingir esse cenário será necessário um investimento robusto em infraestrutura energética. Ele calcula que o setor precisará de US$ 5 trilhões até 2030 para suportar o crescimento projetado da IA.

“O mais importante para os investidores de longo prazo é focar no poder”, disse Reitzes. “O poder é a maior limitação.”

De onde vem a Nvidia?

Mas o começo da Nvidia não foi tão simples quanto a valorização de cerca de 36% nas ações no ano até agora pode fazer parecer. A empresa enfrentou um processo de quase falência três vezes em seus primeiros anos, antes de se tornar a líder global em chips de inteligência artificial.

Fundada em 1993 por Jensen Huang, Chris Malachowsky e Curtis Priem, a Nvidia surgiu duas décadas depois da Apple e Microsoft. Seu primeiro chip, o NV1, fracassou comercialmente em 1995. O projeto do segundo, o NV2, foi cancelado ainda em fase de desenvolvimento. “Estávamos a 30 dias de quebrar”, disse Huang. E essa virou sua filosofia nos próximos anos.

O cenário começou a mudar apenas em 1999, com o lançamento da primeira GPU GeForce, que estabeleceu um novo padrão gráfico para jogos — e pavimentou o caminho para o uso de chips gráficos em aplicações de alta performance.

Com a GeForce 256, a Nvidia introduziu ao mercado o conceito de GPU como processador gráfico dedicado, capaz de lidar com transformações e iluminação 3D em tempo real, algo antes processado pela CPU. Esse salto tecnológico permitiu um avanço significativo nos gráficos de videogames e computadores pessoais, consolidando a Nvidia como referência em desempenho gráfico.

Nos anos seguintes, a empresa manteve uma estratégia agressiva de inovação.

Em 2006, lançou a plataforma CUDA, que permitiu que pesquisadores e desenvolvedores utilizassem as GPUs para além dos gráficos, abrindo espaço para o uso das placas da Nvidia em simulações científicas, finanças, modelagens complexas e, posteriormente, aplicações em machine learning e IA.

Esse movimento posicionou a empresa como protagonista silenciosa da revolução que viria com a inteligência artificial. Quando a OpenAI lançou o ChatGPT em 2022, a infraestrutura por trás do modelo era alimentada por GPUs da Nvidia. Com a explosão da demanda por IA generativa, a companhia se viu no centro de uma corrida global por poder computacional.

O que começou como uma fabricante de chips para videogames se transformou, em três décadas, na fornecedora crítica da nova infraestrutura digital do planeta. Em 2023, a companhia cruzou o marco de US$ 1 trilhão. Em 2024, chegou a US$ 3 trilhões. Agora, com a demanda por IA crescendo globalmente, a Nvidia se consolida como a espinha dorsal da nova economia computacional.

E agora, com acordos bilionários e liderança em tecnologia, a Nvidia volta a ditar o ritmo da inovação — desta vez, no topo da lista das empresas mais valiosas do mundo.

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