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Ibovespa não segura os 144 mil pontos com Bolsonaro condenado; NY renova recordes

Mercados reagiram ao julgamento do STF e à inflação nos Estados Unidos, que veio acima do esperado, a pouco dias de uma possível decisão de corte de juros pelo Fed

Mais um dia de expectativa no mercado com o julgamento no STF, que pode ditar o rumo das relações entre Brasil e Estados Unidos (b3/Divulgação)

Mais um dia de expectativa no mercado com o julgamento no STF, que pode ditar o rumo das relações entre Brasil e Estados Unidos (b3/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de setembro de 2025 às 16h05.

Última atualização em 11 de setembro de 2025 às 17h24.

O Ibovespa fechou nesta quinta-feira, 11, em alta de 0,56% aos 143.150 pontos. Pela tarde, o principal índice de referência da B3 ultrapassou os 144 mil pontos pela primeira vez na história, a 144.013. Enquanto isso o dólar fechou em leve baixa, abaixo de R$ 5,40.

O mercado repercutiu hoje a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que formou maioria, com o voto de Cármen Lúcia, para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por todos os crimes apontados pela Procuradoria-Geral da União (PGR) na denúncia de tentativa de golpe de Estado em 2022.

Na quarta-feira, 10, o ministro Luiz Fux votou pela absolvição de Bolsonaro e mais cinco réus, contrariando os votos de Alexandre de Moraes, relator da ação, e Flávio Dino.

O desenrolar do julgamento é acompanhado com atenção pelo mercado, já que seu resultado pode implicar novas retaliações e sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Além disso, a condenação de Jair Bolsonaro move as peças no ambiente político no país, visando as eleições de 2026.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +0,56%, aos 143.150 pontos
  • Dólar: -0,27%, a R$ 5,392

No radar hoje

No exterior, mais um dia tenso nas relações dos Estados Unidos com a Rússia. Trump criticou os russos por terem violado o espaço aéreo da Polônia com drones. O assassinato do influenciador aliado de Trump Charlie Kirk foi outro tema que elevou a tensão no governo republicano.

Na seara econômica, o mercado repercute a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI). O indicador variou 2,9% em agosto, numa intensidade maior que a projetada pelo mercado, a poucos dias da reunião que pode marcar a retomada de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).

O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, manteve os juros em 2%, conforme esperava o mercado. O último corte feito foi em junho, de 0,25 ponto percentual (p.p.). A partir daí, entre julho e setembro, a taxa se manteve em 2% no bloco.

Indicadores econômicos

As vendas do comércio varejista tiveram o quarto resultado negativo consecutivo. Em julho, o índice ficou em -0,3%, na comparação com junho, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em relação a julho de 2024, o volume de vendas cresceu pela quarta vez seguida, com alta de 1%. No ano, o varejo acumula crescimento de 1,7%. O acumulado em 12 meses é de 2,5%.

Mercados internacionais

Na Ásia, o índice japonês Nikkei 225 teve novo recorde de ações negociadas e subiu 1,22%, impulsionado pelos papéis de tecnologia e a expectativa de corte de juros na semana que vem nos EUA. Já o também índice japonês Topix fechou em alta de 0,22%. Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,9% e o Kosdaq avançou 0,21%.

O Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,21%. O CSI 300, que reúne as principais ações de Xangai e Shenzhen da China, teve alta de 2,31% e aponta recuperação da bolsa chinesa após um início de ano ruim.

Na Índia, o Nifty 50 avançou 0,13% e o Sensex ganhou 0,15%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 0,29%.

Na Europa, as principais bolsas fecharam em alta. O europeu Stoxx 600 teve alta de 0,49%, enquanto o alemão DAX avançou 0,33%, o britânico FTSE 100 subiu 0,78% e o francês CAC 40 valorizou 0,80%.

Estados Unidos renovam recordes

Nos Estados Unidos, os índices renovaram recordes. Dow Jones subiu 1,36%, enquanto S&P 500 valorizou 0,85% e Nasdaq ganhou 0,72%.

Dados dos pedidos de seguro-desemprego, que avançaram para 263 mil na semana encerrada no dia 6 de setembro, sinalizando um mercado de trabalho mais frágil — o nível mais alto de pedidos iniciais desde 23 de outubro de 2021 — somados a um Índice de Preços ao Produtor (PPI) abaixo do esperado no dia anterior, foram o que deram um fôlego para as bolsas americanas.

Isso porque os dados confirmam a tendência de corte de juros nos Estados Unidos. Segundo a plataforma FedWatch, do CME Group, 94,9% do mercado acreditavam, às 16h50 desta quinta, que o Fed iria cortar os juros em 0,25 ponto percentual (p.p.), enquanto 5,1% acreditavam que o corte seria maior, em 0,50 p.p. — apesar da Inflação ao Consumidor (CPI) ter vindo mista.

"Indicadores mais fortes de desaceleração, como a queda nos preços ao produtor e, principalmente, um salto nos pedidos de seguro-desemprego para o maior nível desde 2021, solidificaram a percepção de que o Fed precisará agir para estimular a economia. Este cenário derrubou os rendimentos dos títulos do Tesouro americano e impulsionou as bolsas em Wall Street a novos recordes", diz Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad.

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