Ibovespa: mercado repercutiu dados da Caged pela tarde (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 17h27.
Última atualização em 29 de setembro de 2025 às 18h01.
O Ibovespa fechou a sessão desta segunda-feira, 29, em alta de 0,61% aos 146.336 pontos. Nos primeiros negócios do dia, o principal índice acionário na B3 renovou o recorde intraday ao bater os 147.558 pontos, mas perdeu fôlego ao longo da sessão com a queda de mais de 3% tanto do petróleo WTI como o tipo Brent — puxando as ações da Petrobras para baixo em 1,46% (PETR4) e 2% (PETR3).
A semana marca a virada para o mês de outubro e promete ser agitada em meio a falas de autoridades, dados de emprego no Brasil e nos Estados Unidos, votação do Projeto de Lei (PL) 1.807/2025 que isenta trabalhadores que ganham até R$ 5 mil de pagar o imposto de renda (IR).
O mercado também repercute o Boletim Focus por aqui, enquanto no exterior está no radar a possível paralisação do governo dos Estados Unidos. A agenda do dia ainda incluiu a divulgação do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) e do índice de confiança de serviços e comércio, ambos calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Também houve a nota de política monetária do Banco Central. No período da tarde, foram conhecidos os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Governo Central.
O dólar fechou em queda de 0,30% nesta segunda-feira, cotado a R$ 5,322.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou hoje do Encontro Firmus 2025 e da Conferência Itaú Macro Vision, que também contou com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Já o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, participou do HSBC Brazil Investment Forum pela tarde.
Entre os destaques da fala de Haddad, o ministro reforçou que não haverá mudança da meta de inflação para 2026 e disse que o governo irá continuar seguindo as metas estabelecidas no arcabouço fiscal. A autoridade ainda falou que, provavelmente, nesta semana haverá a votação da reforma da renda.
Já nas falas de Galípolo, o presidente do BC enfatizou que o Comitê de Política Monetária (Copom) segue dependendo de dados e que não olha para apenas uma única variável. "Ao Banco Central cabe ancorar as expectativas com uma política restritiva suficiente", disse no evento do Itaú BBA.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também concedeu entrevista pela manhã à Rádio CBN. Entre suas declarações, ele disse esperar que “anistia não interfira na votação do IR, porque não há relação entre temas”. Também enfatizou que acredita que aprove na quarta-feira, 1º, a isenção do IR na Câmara.
Alckmin citou estar otimista sobre o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente dos EUA, Donald Trump. “Com encontro de Trump e Lula acho que haverá novos passos em reduções de tarifas.”
No exterior, o diretor do Fed Christopher Waller abriu a agenda de discursos na Alemanha. Na sequência, foi a vez de Beth Hammack, do Fed de Cleveland, acompanhada por Dave Ramsden, do Banco da Inglaterra (BoE), e Philip Lane, do Banco Central Europeu (BCE), em uma conferência dedicada ao tema da inflação.
O IGP-M avançou 0,42% em setembro, acelerando em relação à alta de 0,36% registrada no mês anterior, segundo a FGV. O resultado veio acima da expectativa do mercado, que projetava elevação de 0,35%. No acumulado de 2025, o índice ainda mostra queda de 0,94%, enquanto em 12 meses registra alta de 2,82%.
No Boletim Focus, as projeções do mercado para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostraram leve recuo: para 2025, a estimativa passou de 4,83% para 4,81%, e para 2026, de 4,29% para 4,28%. Já as expectativas para 2027 e 2028 permaneceram estáveis, em 3,90% e 3,70%, respectivamente.
A expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 manteve a mesma projeção da semana passada, fechando em 2,16%. Para 2026, a expectativa também ficou estável em 1,80%. A estimativa de 2027 ficou em 1,90%, enquanto para 2028 permaneceu em 2,00%.
Todas as projeções para a Selic se mantiveram: 15% (2025), 12,25% (2026), 10,50% (2027) e 10% (2028). Para o câmbio, as estimativas de 2025, 2026 e 2027 foram reduzidas de R$ 5,50 para R$ 5,48, R$ 5,60 para R$ 5,58 e R$ 5,60 para R$ 5,56, respectivamente. A projeção de 2028 subiu R$ 5,54 para R$ 5,56.
Em setembro, o Índice de Confiança de Serviços, divulgado pela FGV, subiu 1,9 ponto, atingindo 89,0 pontos, interrompendo três quedas consecutivas nos meses anteriores. No mesmo mês, o Índice de Confiança do Comércio avançou 1,6 ponto, para 84,7 pontos, depois de registrar duas quedas seguidas.
O Caged apresentou saldo líquido de emprego formal positivo em 147.358 vagas em agosto, de 129.775 vagas em julho e ante previsão de alta de 182 mil — o pior resultado para o mês de agosto desde 2020.
O Governo Central registrou déficit primário de R$ 15,564 bilhões em agosto, abaixo do esperado de R$ 20,2 bilhões e depois de um déficit de R$ 54,124 bilhões em julho. No acumulado de oito meses de 2025, o déficit primário soma R$ 86,068 bilhões, e nos últimos 12 meses até agosto, chega a R$ 26,6 bilhões, equivalente a 0,25% do PIB.
As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta segunda-feira, 29. No Japão, o Nikkei 225 recuou 0,69%, enquanto o Topix caiu 1,74%. O Kospi, da Coreia do Sul, subiu 1,33% e o Kosdaq ganhou 1,38%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 1,89%, enquanto o Shangai, da China, subiu 0,90%.
Na Europa, o Stoxx 600 fechou em alta de 0,34%, o DAX subiu 0,04% em Frankfurt, o FTSE 100 teve alta de 0,14% em Londres e o CAC 40 ganhou 0,13% em Paris.
Nos Estados Unidos, os índices fecharam em alta: o Dow Jones subiu 0,15%, o S&P 500 avançou 0,26%, enquanto o Nasdaq 100 teve ganho de 0,48%, todos à espera do payroll, dados de emprego do setor privado não agrícola, previsto para sair na sexta-feira, 3.