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Ibovespa fecha em alta de 0,61%, depois de bater novo recorde 'intraday'

O dólar voltou a cair para o patamar de R$ 5,32

Ibovespa: mercado repercutiu dados da Caged pela tarde (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: mercado repercutiu dados da Caged pela tarde (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 29 de setembro de 2025 às 17h27.

Última atualização em 29 de setembro de 2025 às 18h01.

O Ibovespa fechou a sessão desta segunda-feira, 29, em alta de 0,61% aos 146.336 pontos. Nos primeiros negócios do dia, o principal índice acionário na B3 renovou o recorde intraday ao bater os 147.558 pontos, mas perdeu fôlego ao longo da sessão com a queda de mais de 3% tanto do petróleo WTI como o tipo Brent — puxando as ações da Petrobras para baixo em 1,46% (PETR4) e 2% (PETR3).

A semana marca a virada para o mês de outubro e promete ser agitada em meio a falas de autoridades, dados de emprego no Brasil e nos Estados Unidos, votação do Projeto de Lei (PL) 1.807/2025 que isenta trabalhadores que ganham até R$ 5 mil de pagar o imposto de renda (IR).

O mercado também repercute o Boletim Focus por aqui, enquanto no exterior está no radar a possível paralisação do governo dos Estados Unidos. A agenda do dia ainda incluiu a divulgação do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) e do índice de confiança de serviços e comércio, ambos calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Também houve a nota de política monetária do Banco Central. No período da tarde, foram conhecidos os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Governo Central.

O dólar fechou em queda de 0,30% nesta segunda-feira, cotado a R$ 5,322.

Fala de autoridades

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou hoje do Encontro Firmus 2025 e da Conferência Itaú Macro Vision, que também contou com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Já o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, participou do HSBC Brazil Investment Forum pela tarde.

Entre os destaques da fala de Haddad, o ministro reforçou que não haverá mudança da meta de inflação para 2026 e disse que o governo irá continuar seguindo as metas estabelecidas no arcabouço fiscal. A autoridade ainda falou que, provavelmente, nesta semana haverá a votação da reforma da renda.

Já nas falas de Galípolo, o presidente do BC enfatizou que o Comitê de Política Monetária (Copom) segue dependendo de dados e que não olha para apenas uma única variável. "Ao Banco Central cabe ancorar as expectativas com uma política restritiva suficiente", disse no evento do Itaú BBA.

O vice-presidente Geraldo Alckmin também concedeu entrevista pela manhã à Rádio CBN. Entre suas declarações, ele disse esperar que “anistia não interfira na votação do IR, porque não há relação entre temas”. Também enfatizou que acredita que aprove na quarta-feira, 1º, a isenção do IR na Câmara.

Alckmin citou estar otimista sobre o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente dos EUA, Donald Trump. “Com encontro de Trump e Lula acho que haverá novos passos em reduções de tarifas.”

No exterior, o diretor do Fed Christopher Waller abriu a agenda de discursos na Alemanha. Na sequência, foi a vez de Beth Hammack, do Fed de Cleveland, acompanhada por Dave Ramsden, do Banco da Inglaterra (BoE), e Philip Lane, do Banco Central Europeu (BCE), em uma conferência dedicada ao tema da inflação.

IGP-M, Boletim Focus, Caged e dados do governo

O IGP-M avançou 0,42% em setembro, acelerando em relação à alta de 0,36% registrada no mês anterior, segundo a FGV. O resultado veio acima da expectativa do mercado, que projetava elevação de 0,35%. No acumulado de 2025, o índice ainda mostra queda de 0,94%, enquanto em 12 meses registra alta de 2,82%.

No Boletim Focus, as projeções do mercado para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostraram leve recuo: para 2025, a estimativa passou de 4,83% para 4,81%, e para 2026, de 4,29% para 4,28%. Já as expectativas para 2027 e 2028 permaneceram estáveis, em 3,90% e 3,70%, respectivamente.

A expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 manteve a mesma projeção da semana passada, fechando em 2,16%. Para 2026, a expectativa também ficou estável em 1,80%. A estimativa de 2027 ficou em 1,90%, enquanto para 2028 permaneceu em 2,00%.

Todas as projeções para a Selic se mantiveram: 15% (2025), 12,25% (2026), 10,50% (2027) e 10% (2028). Para o câmbio, as estimativas de 2025, 2026 e 2027 foram reduzidas de R$ 5,50 para R$ 5,48, R$ 5,60 para R$ 5,58 e R$ 5,60 para R$ 5,56, respectivamente. A projeção de 2028 subiu R$ 5,54 para R$ 5,56.

Em setembro, o Índice de Confiança de Serviços, divulgado pela FGV, subiu 1,9 ponto, atingindo 89,0 pontos, interrompendo três quedas consecutivas nos meses anteriores. No mesmo mês, o Índice de Confiança do Comércio avançou 1,6 ponto, para 84,7 pontos, depois de registrar duas quedas seguidas.

Caged apresentou saldo líquido de emprego formal positivo em 147.358 vagas em agosto, de 129.775 vagas em julho e ante previsão de alta de 182 mil — o pior resultado para o mês de agosto desde 2020.

O Governo Central registrou déficit primário de R$ 15,564 bilhões em agosto, abaixo do esperado de R$ 20,2 bilhões e depois de um déficit de R$ 54,124 bilhões em julho. No acumulado de oito meses de 2025, o déficit primário soma R$ 86,068 bilhões, e nos últimos 12 meses até agosto, chega a R$ 26,6 bilhões, equivalente a 0,25% do PIB.

Mercados internacionais

As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta segunda-feira, 29. No Japão, o Nikkei 225 recuou 0,69%, enquanto o Topix caiu 1,74%. O Kospi, da Coreia do Sul, subiu 1,33% e o Kosdaq ganhou 1,38%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 1,89%, enquanto o Shangai, da China, subiu 0,90%.

Na Europa, o Stoxx 600 fechou em alta de 0,34%, o DAX subiu 0,04% em Frankfurt, o FTSE 100 teve alta de 0,14% em Londres e o CAC 40 ganhou 0,13% em Paris.

Nos Estados Unidos, os índices fecharam em alta: o Dow Jones subiu 0,15%, o S&P 500 avançou 0,26%, enquanto o Nasdaq 100 teve ganho de 0,48%, todos à espera do payroll, dados de emprego do setor privado não agrícola, previsto para sair na sexta-feira, 3.

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