Ibovespa: discurso do Powell no simpósio de Jackson Hole é destaque (Germano Lüders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 22 de agosto de 2025 às 14h40.
Última atualização em 22 de agosto de 2025 às 17h43.
O Ibovespa fechou em forte alta no último pregão da semana, após o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole.
Os principais índices dos Estados Unidos terminaram o dia no positivo. O S&P 500 subiu 1,52%, o Nasdaq avançou 1,88% e o Dow Jones ganhou 1,89%.
Pela manhã, Powell fez seu último discurso no simpósio de Jackson Hole como presidente do Fed. A autoridade disse que "mudança no equilíbrio de riscos pode justificar ajuste na política". Pistas sobre o rumo da política monetária até o final do ano eram muito aguardadas. Após suas falas, as chances de corte nos fed funds em setembro saltaram de 74,97% para 93,05% segundo a plataforma FedWatch, do CME Group.
"O discurso de Powell em Jackson Hole hoje trouxe um novo grau de otimismo para um mercado altamente apoiado na expectativa de uma breve retomada do ciclo de cortes de juros", disse Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad.
Segundo ela, apesar de reconhecer que o ambiente macro continua desafiador, especialmente com as mudanças em imigração e políticas comerciais afetando oferta e demanda com efeitos difíceis de antecipar, o presidente do Fed afirmou que a política monetária está restritiva e sinalizou a proximidade de ajustes, o que resultou em uma resposta imediata dos ativos.
Os índices de ações passaram a apresentar alta firme ao considerar o discurso “dovish”, ou seja, indicativo de uma política monetária mais estimulativa, que melhora as perspectivas para ações e outros ativos de risco, pontuou a executiva.
No Brasil, o destaque do dia é a participação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no 24º Fórum Empresarial Lide, no Rio de Janeiro, às 17h15.
Além do Fed, o setor de tecnologia concentra parte das atenções. A Nvidia teria pedido a fornecedores como Foxconn, Amkor e Samsung que suspendam parte da produção do chip H20, voltado para a China.
Segundo informações da Reuters e do The Information, a decisão veio após autoridades de Pequim cobrarem esclarecimentos sobre supostos recursos de rastreamento remoto dos chips. Em nota, a Nvidia limitou-se a dizer que “gerencia constantemente sua cadeia de suprimentos para se adequar às condições de mercado”.
Outra gigante que movimenta o noticiário é a Meta. A dona do Facebook fechou um acordo de US$ 10 bilhões com o Google para usar serviços de nuvem, incluindo servidores e armazenamento, pelos próximos seis anos.
Na Ásia, o CSI 300, da China, liderou os ganhos nesta sexta-feira ao disparar 2,10%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 0,93%, enquanto na Coreia do Sul o Kospi subiu 0,86% e o Kosdaq teve alta de 0,68%.
No Japão, o Topix ganhou 0,58% e o Nikkei 225 registrou leve valorização de 0,05%. Na contramão, na Índia o BSE Sensex e o Nifty 50 recuaram 0,85% cada.
Na Austrália, o S&P/ASX 200 perdeu 0,57% após a divulgação de que a inflação básica do país desacelerou de 3,3% para 3,1% em julho.
Na Europa, as bolsas fecharam com valorização. O europeu Stoxx 600 avançou 0,47%, o francês CAC 40 subiu 0,40%, o alemão DAX valorizou 0,24% e o britânico FTSE 100 teve alta de 0,14%.