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Ibovespa abre em queda após decisão do Copom; dólar opera sem direção

Investidores se ajustam a tom mais duro do Banco Central, que parece disposto a manter a Selic no patamar de 15% por tempo mais prolongado

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 20 de junho de 2025 às 13h15.

Última atualização em 20 de junho de 2025 às 13h16.

Num dia de ajustes pós-Copom, o Ibovespa se consolida em terreno negativo nesta sexta-feira, 20, em queda de 1,09%, aos 137.206 pontos. O dólar, que começou a sessão em baixa, inverteu sinal e avançava 0,21%, aos R$ 5,5049, por volta das 13h10 (horário de Brasília).

Após uma quinta-feira de pregões fechados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos por conta de feriados, os mercados reagem à postura mais dura que o esperado do Banco Central, que elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15%.

Mais do que a alta, que já estava no radar, apesar de não ser consenso, o que chamou atenção dos investidores foi o tom mais duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que deixou afirmou que a taxa de juros deve permanecer neste patamar por um período "muito prolongado", fechando a porta para cortes antes do fim deste ano.

Ibovespa hoje

  • Ibovespa: -1,09%, a 137.206 pontos
  • Dólar hoje: +0,21%, a R$ 5,5049

Selic reforça tendência de baixa do dólar

O UBS BB chamou atenção para a inclusão da palavra “muito” no trecho em que o BC fala sobre a manutenção da Selic por um período prolongado, uma mudança sutil, mas significativa na sinalização da autoridade monetária.

A interpretação do banco é que o primeiro corte de juros só deve ocorrer em abril de 2026, com chance limitada de antecipação para março.

O BofA, por sua vez, vê espaço para um primeiro corte já em dezembro, mas também reconhece que o ciclo de afrouxamento será lento e dependente dos dados.

A expectativa é que o mercado dê a resposta padrão a uma postura dura de política monetária: perda de inclinação da curva de juros, quedas das inflações implícitas da NTN-B — e valorização do real. O UBS já vê a moeda brasileira, que fechou a quarta-feira, 18, a R$ 5,50, a R$ 5,20.

Mercados internacionais

Os mercados internacionais, por  sua vez, operam em modo 'alívio', depois que a Casa Branca sinalizou que uma decisão sobre uma invasão do Irã pelos Estados Unidos deve ser tomada em até duas semanas – reduzindo as chances de uma escalada global mais iminente das tensões no Oriente Médio.

Os preços do petróleo, que chegaram a bater a máxima em seis meses, e fecharam próximos de US$ 79 por barril na quinta-feira, viraram para a direção oposta. Por volta das 13h10, o Brent reduzia perdas mas seguia em forte queda de 2,54%, a US$ 76,84.

Os índices futuros nas bolsas nos Estados Unidos, por sua vez, operam próximos da estabilidade e sem direção única. O S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones oscilando entre altas de 0,18% e queda de 0,42.

Na Europa, o Stoxx 600 reduziu ganhos e fechou com ligeira alta, de 0,10%. Hoje, representantes iranianos se reúnem com líderes europeus em Genebra.

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