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Futuro da Alphaville eleva tensões entre Gafisa e sócios

Tensões se intensificaram após a construtora e incorporadora ter anunciado possível abertura de capital ou venda de participação da Alphaville Urbanismo


	Obra da Gafisa em São Paulo: em 2006, a Gafisa assumiu 60 por cento da Alphaville, fatia que passou a 80 por cento em 2010.
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com/Site Exame)

Obra da Gafisa em São Paulo: em 2006, a Gafisa assumiu 60 por cento da Alphaville, fatia que passou a 80 por cento em 2010. (Alexandre Battibugli/EXAME.com/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 18h07.

São Paulo - As tensões entre Gafisa e Alphaville Participações (Alphapar) se intensificaram após a construtora e incorporadora ter anunciado possível abertura de capital ou venda de participação da Alphaville Urbanismo, movimento tomado sem o conhecimento da Alphapar, segundo uma fonte próxima ao assunto afirmou à Reuters.

"A Alphapar foi pega de surpresa... Foi um movimento hostil não ter consultado e comunicado sobre o fato relevante antes da publicação", disse nesta terça-feira a fonte com conhecimento da situação, sob condição de anonimato.

A Gafisa informou em 10 de setembro que iniciou uma análise de "opções estratégicas" para o futuro da Alphaville --empresa voltada ao desenvolvimento de condomínios urbanos de alto padrão--, que pode envolver abertura de capital ou venda de fatia da empresa. O objetivo, de acordo com a Gafisa, é maximizar valor ao acionista.

Consultada, a Alphapar confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "teve conhecimento da proposta no mesmo momento que todo o mercado".

A Gafisa, por sua vez, afirmou também via assessoria de imprensa que "a comunicação (fato relevante em questão) está de acordo com as boas práticas de governança corporativa e foi aprovada em reunião do Conselho de Administração".


Em 2006, a Gafisa assumiu 60 por cento da Alphaville, fatia que passou a 80 por cento em 2010. Conforme acordo firmado em 2006 com a Alphapar, os 20 por cento restantes seriam adquiridos até o fim deste ano.

O processo, entretanto, foi parar na arbitragem, já refletindo desentendimentos entre os sócios.

A Gafisa diz que, pelo acordo, o total de ações a serem emitidas no processo de compra da participação que ainda não possui na Alphaville Urbanismo é de 70.251.551, ao preço de 5,11 reais cada, num total de 358,98 milhões de reais.

Já a Alphapar considera que devem ser emitidas 97.055.876 ações ordinárias da Gafisa, a 3,70 reais, totalizando 359,10 milhões.

Na Bovespa, as ações da Gafisa são negociadas atualmente pelo valor de cerca de 4,50 reais.

Independentemente do cenário, a Alphapar passará a ser a maior acionista individual da Gafisa após a venda total da Alphaville.

Segundo a mesma fonte, a Alphapar está sendo preterida de participar do processo de decisões estratégicas envolvendo a Alphaville, unidade mais rentável da Gafisa, que vem lutando para se livrar de problemas envolvendo a Tenda, construtora do grupo voltada ao segmento econômico.

"Não foi estabelecida comunicação adequada, apesar das tentativas da Alphapar... (Mas) eles não devem querer comprar uma briga com seu maior acionista", disse a fonte. "A Alphapar tem mecanismos para bloquear qualquer manobra que escape do seu interesse, e tomará medidas cabíveis", afirmou a fonte.

A fonte disse ainda que uma possível venda de uma participação na Alphaville reduziria os problemas de dívida da Gafisa e, ao mesmo tempo, "salvaria a Alphaville da pressão de ter um acionista controlador que está mal das pernas". 

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