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Fluxo para bolsa está sendo subestimado e deve dar gás extra ao Brasil, diz BBI

América Latina tem apenas 0,7% do valor de mercado global; investidores dedicados a emergentes já estão bem posicionados – mas o tradicionais e locais ainda estão de fora

Perspectiva de queda de juros e eleições presidenciais são catalisadores para ativos brasileiros, avalia BBI (Céllus)

Perspectiva de queda de juros e eleições presidenciais são catalisadores para ativos brasileiros, avalia BBI (Céllus)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de junho de 2025 às 16h16.

Última atualização em 20 de junho de 2025 às 16h59.

As economias emergentes têm recebido parte do fluxo de recursos que está saindo dos Estados Unidos – uma tese que já vem beneficiando os ativos na América Latina e o Brasil.

Mas, para o Bradesco BBI, o mercado ainda está subestimando o tamanho da rotação que está a caminho e deve dar suporte a novas valorizações da bolsa no país.

"A rotação de fluxos globais é a 'cereja do bolo' para o nossa recomendação otimista com base nos fundamentos [para a região], e um movimento pequeno já pode fazer muita diferença", escreveram os analistas do banco.

Se os fluxos para o mercado americano se normalizarem para os períodos pré 'excepcionalismo', haveria uma entrada de US$ 62 bilhões no Brasil – o que representaria um crescimento de 17% em capitalização de mercado, no cenário mais otimista.

O "rotation", como esse tipo de migração de investimentos é conhecido no mercado, já teve início com o crescimento no número de ETFs nos mercados latinos, aponta o BBI. O relatório fala em rebalanceamento de longo prazo – de um mercado americano inflado para os hoje mirrados emergentes.

Os analistas explicam que a América Latina responde por apenas 0,7% do market capital global,  que, por sua vez, tem uma das menores relações com PIB dentre as grandes regiões geográficas. Os investidores institucionais costumam ser compradores marginais na região.

Já investidores estrangeiros dedicados a economias emergentes começaram o ano sobreinvestidos no mercado latino e, aos poucos, têm deixado para atrás ações defensivas, colocando mais papéis sensíveis aos juros e de maior risco no portfólio. O movimento antecipa um ciclo de alívio monetário e as posições, segundo o BBI, miram empresas de crescimento.

A casa também acredita que a participação de investidores locais no mercado de equity, que chegou a recordes de baixa, é uma tendência prestes a ser invertida, à medida que o ciclo dos juros muda de direção.

Nos fundamentos, dois catalisadores têm sido levados em consideração pela casa: a proximidade de um ciclo de baixa de juros e as eleições presidenciais no ano que vem. Ambos coincidem com um momento de ativos bastante descontados, incluindo em moeda estrangeira.

Além do Brasil, o BBI também está overweight em Argentina e tem classificação neutra para México e Chile.

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