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Fed pode cortar juros no 2º semestre se as tarifas ficarem em torno de 10%, diz diretor

Em entrevista à Fox Business, Christopher Waller afirmou que BC americano está ‘numa boa posição para avançar com cortes nas taxas’ na segunda metade do ano

Diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller disse que é possível cortar taxa de juros no segundo semestre (Christopher-Waller-FED /Getty Images)

Diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller disse que é possível cortar taxa de juros no segundo semestre (Christopher-Waller-FED /Getty Images)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 22 de maio de 2025 às 14h43.

Última atualização em 22 de maio de 2025 às 15h15.

O diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, disse nesta quinta-feira, 22, que o banco central americano tem “uma boa posição para avançar com cortes nas taxas durante o segundo semestre do ano”, caso as tarifas do governo Trump sobre os produtos importados se estabilizassem em torno de 10%.

"Se conseguirmos reduzir as tarifas para perto de 10% e tudo isso estiver selado, concluído e entregue até julho, estaremos em boa forma para o segundo semestre do ano", disse Waller em entrevista à Fox Business.

Autoridades do Fed mantiveram a taxa básica de juros do banco central estável este ano, devido à incerteza em torno das políticas tarifárias. Trump implementou uma tarifa básica de 10% sobre dezenas de parceiros comerciais dos Estados Unidos. E após impor taxas superiores a 100% para as compras chinesas, voltou atrás recentemente numa trégua, mantendo a alíquota para o país em 30%.

Há o temor de que as políticas comerciais de Trump reduzam o crescimento econômico e pressionem a inflação para cima, mesmo com a redução temporária das tarifas contra a China.

Waller ressaltou que espera que qualquer aumento na inflação relacionado às tarifas seja temporário.

O diretor disse ainda que, se o governo voltar a aplicar tarifas mais altas, isso "terá impactos muito maiores na inflação e nos colocará mais algemas para fazer qualquer coisa com taxas de curto prazo".

A fala de Waller ocorreu logo após um projeto de lei emblemático de Trump ser aprovado por uma pequena margem na Câmara. O projeto, que segue para o Senado, pretende cortar impostos e aumentar o teto da dívida dos Estados Unidos.

A estimativa é que o projeto de lei aumentasse os déficits orçamentários em cerca de US$ 2,7 trilhões ao longo de uma década.

Questionado sobre o que está impulsionando a liquidação dos títulos do Tesouro, Waller disse que ouviu de participantes do mercado financeiro sobre o projeto de lei tributária dos republicanos.

“Eles achavam que haveria muito mais contenção fiscal, mas não estão necessariamente vendo isso”, comentou Waller.

Os rendimentos dos títulos americanos de 30 anos atingiram seu nível mais alto em 19 meses antes de recuarem na quinta-feira, com preocupações persistentes sobre as perspectivas fiscais dos Estados Unidos, enquanto as ações de Wall Street subiam com ganhos em ações relacionadas à tecnologia.

Os Treasuries de 30 anos ultrapassaram a marca de 5% na quarta-feira, como consequência da pressão dos credores do país diante da política fiscal de Trump. Na semana passada, a Moody’s rebaixou a nota soberana dos EUA, projetando que a dívida do país subiria para 134% do tamanho da economia em dez anos, ante aproximadamente 100% hoje.

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