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Eli Lilly e Novo Nordisk se preparam para lançar pílulas para perda de peso em 2026

Comprimidos orais devem disputar mercado de US$ 80 bilhões em medicamentos GLP-1 até 2030

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 19h53.

A Eli Lilly e a Novo Nordisk estão planejando lançar nos EUA, a partir de 2026, comprimidos orais para tratamento da obesidade assim que receberem aprovação regulatória.

A iniciativa se destaca na disputa pelo mercado de medicamentos GLP-1, atualmente dominado por injeções semanais.

O diretor científico da Eli Lilly, Dan Skovronsky, afirmou, em entrevista à CNBC, que a empresa espera divulgar nos próximos meses os resultados de um estudo comparativo entre seu comprimido orforglipron e a semaglutida oral da Novo Nordisk.

Ele explicou que a pesquisa de fase três terá como objetivo principal medir a redução dos níveis de açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 2, mas também avaliará a perda de peso.

Ainda segundo o executivo, a Eli Lilly conduziu o ensaio clínico com confiança de que seu medicamento apresentará desempenho competitivo frente à semaglutida oral.

Já o diretor científico da Novo Nordisk, Martin Holst Lange, afirmou que os dados de seus testes confirmam a eficácia do medicamento.

Comparação

A semaglutida oral da Novo Nordisk apresentou perda de peso média de cerca de 17%, enquanto o orforglipron da Eli Lilly alcançou aproximadamente 12% na dose mais alta. Em comparação, a injeção Zepbound da Eli Lilly, padrão-ouro de eficácia, pode levar à redução de mais de 20% do peso corporal.

Apesar da diferença de resultados, analistas projetam que os comprimidos orais terão papel relevante no mercado. Estima-se que, até 2030, os medicamentos orais representem cerca de 20% do mercado global de GLP-1 para obesidade, avaliado em US$ 80 bilhões.

Skovronsky afirmou que fatores como conveniência e facilidade de uso podem tornar os comprimidos a forma predominante de tratamento no futuro. O orforglipron, por ser um medicamento de molécula pequena, não exige restrições alimentares específicas e é mais simples de fabricar do que peptídeos, como os utilizados em injeções e na pílula da Novo Nordisk.

Após os primeiros testes com a pílula da Eli Lilly, algumas projeções de participação de mercado foram ajustadas. Estimativas de vendas do orforglipron em 2032 foram reduzidas em média US$ 4,5 bilhões, para cerca de US$ 14,56 bilhões, segundo dados da Evaluate.

Skovronsky disse que a reação do mercado ainda é incerta. “Dissemos que faríamos um medicamento oral com segurança, tolerabilidade e eficácia semelhantes aos GLP-1 injetáveis. Fizemos isso. A parte científica se concretizou. Vamos ver como o mercado se comporta.”, concluiu.

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