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Eletrobras deve retomar venda ações no 2º semestre e ser vendida em 2021

Governo pretende abrir mão do controle da estatal, reduzindo participação para 49% do capital e tornando-a uma corporação

Eletrobras: projeto de capitalização consiste na oferta de ações da empresa para investidores na bolsa de valores (Brendan McDermid/Reuters)

Eletrobras: projeto de capitalização consiste na oferta de ações da empresa para investidores na bolsa de valores (Brendan McDermid/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 16h04.

Apesar da crise na economia trazida pela pandemia do covid-19, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, disse confiar que o processo de capitalização da estatal será retomado no Congresso Nacional ainda neste segundo semestre. A previsão, segundo ele, é de que a capitalização ocorra no primeiro semestre de 2021, afirmou.

"A expectativa (do debate no Congresso) era no primeiro semestre mas não foi possível pela pandemia e nós imaginamos que possa ser retomado no segundo semestre nas duas casas. E se aprovar, no começo do ano que vem somos capazes de fazer aumento de capital", disse Ferreira Jr., em webinar promovido pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham).

Segundo o executivo, fazer da Eletrobras uma corporação é o melhor caminho para manter o poder de investimento da companhia e atrair investimentos, e citou a Engie e a Enel como exemplos de corporações bem sucedidas que se expandem pelo mundo.

"É isso que queremos fazer com a Eletrobras", explicou ele durante o evento que teve perguntas limitadas aos associados da entidade.

O projeto de capitalização consiste na oferta de ações da empresa para investidores na bolsa de valores, com limite máximo de 10% de participação, e sem a presença do governo, que pretende abrir mão do controle da companhia e reduzir sua participação para 49% do capital.

Ferreira Jr ressaltou que nos últimos 15 anos o Brasil investiu apenas 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, ao contrário de países vizinhos, que registram média de 4% do PIB, e que o melhor caminho para recuperar esse tempo perdido é começar a atrair investimentos. "A receita é simples para atrair investimentos: marco legal estável e processo de fiscalização transparente, e isso tem que ser estendido a toda infraestrutura brasileira", afirmou."O que não fizemos ao longo dos últimos 15 anos podemos fazer agora, são esses processos que mobilizam capital nacional e internacional", completou.

Segundo Ferreira Jr, a infraestrutura é o maior atrativo de capital e o Brasil tem todos os elementos para sair da atual crise com mais força.

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