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Dólar chega a bater R$ 4,18 com discurso de Trump no radar

Às 15:00, o dólar avançava 0,47%, a 4,1623 reais na venda

Dólar: Trump deve falar sobre o avanço da guerra comercial contra a China (Thomas Trutschel/Getty Images)

Dólar: Trump deve falar sobre o avanço da guerra comercial contra a China (Thomas Trutschel/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 12 de novembro de 2019 às 09h20.

Última atualização em 12 de novembro de 2019 às 15h09.

São Paulo — O dólar operava em alta contra o real nesta terça-feira (12), após ter ficado instável no início da tarde. Os investidores repercutem o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que um acordo parcial com a China "poderia ocorrer rápido".

Às 15:00, o dólar avançava 0,47%, a 4,1623 reais na venda. Na máxima do dia, foi a R$ 4,1820.

Na véspera, o dólar à vista fechou em baixa de 0,61%, a 4,1428 reais, a maior queda em duas semanas frente ao real, sofrendo ajuste após registrar na semana passada a maior alta semanal em 14 meses.

Nesta terça-feira, o dólar futuro de maior liquidez registrava queda de 0,30%, a 4,170 reais.

"Há o reflexo do discurso um pouco agressivo do Lula", disse Jaime Ferreira, diretor de câmbio da Intercam Corretora, sobre o movimento da moeda norte-americana nesta terça-feira. "A partir do momento em que o STF promulgou a decisão sobre a prisão em segunda instância, o mercado ficou mais insistente nessa questão, e neste momento vamos ter um pouco mais de pressão."

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi libertado na sexta-feira da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde estava preso desde abril do ano passado, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a prisão após condenação em segunda instância.

A corte decidiu que, para que a pena de prisão comece a ser cumprida, é necessário que todos os recursos possíveis estejam esgotados, o chamado trânsito em julgado.

Ao deixar o prédio da Polícia Federal, Lula fez um discurso duro, em que questionou a legitimidade da eleição de Jair Bolsonaro, e fez ataques ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e ao coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.

Buscando sinais de progresso na prolongada guerra comercial entre Estados Unidos e China, nesta sessão os investidores também ficaram atentos a um discurso do presidente norte-americano Donald Trump no Clube Econômico de Nova York sobre sua política comercial.

"Sempre que o Trump fala de comércio, ele tem a definição na mão", comentou Ferreira. "Se ele falar de um acordo, o mercado ficará mais tranquilo, e, se não falar, pode ficar ainda mais pressionado."

Pela manhã, o cenário externo era de força da moeda em meio à expectativa sobre o discurso de Trump, com o índice do dólar em relação às principais moedas avançando 0,15%. As moedas emergentes pares do real, como a lira turca e o peso mexicano, registravam quedas contra a divisa dos Estados Unidos.

O Banco Central não vendeu contratos de swap cambial reverso nem dólares à vista nesta terça-feira, de oferta de até 12 mil e 600 milhões, respectivamente.

Adicionalmente, a autarquia também ofertará contratos de swap tradicional, para rolagem do vencimento dezembro de 2019.

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