Dólar fechou a terça-feira, 23, em queda de 1,11%, a R$ 5,279 (RHJ/Getty Images)
Repórter de Mercados
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 10h47.
Última atualização em 23 de setembro de 2025 às 17h02.
O dólar fechou a terça-feira, 23, em queda de 1,11%, a R$ 5,279. A moeda já vinha em trajetória de queda, que se intensificou após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que conversou brevemente com o presidente Lula nos corredores da Assembleia Geral da ONU, onde ambos os líderes discursaram.
O discurso de Lula foi marcado pela defesa firme da soberania nacional e uma menção indireta à condenação recente do ex-presidente Jair Bolsonaro, situação que gerou sanções do governo dos Estados Unidos ao Brasil. Logo depois, Trump, disse que, após conversar brevemente com o presidente Lula nos corredores do evento, os dois terão uma reunião na próxima semana.
Essa foi a primeira conversa entre os dois líderes desde a posse de Trump, em janeiro, e desde que o americano passou a pressionar o Brasil a suspender o julgamento de Bolsonaro. Em agosto, os EUA impuseram uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros.
”Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem. Ele pareceu um homem muito legal. Na verdade, ele gostou de mim. Eu gostei dele. Eu só faço negócios com pessoas de quem gosto. Tivemos uma química excelente. É um bom sinal”, afirmou Trump.“Abre-se caminho para o que não tinha acontecido até agora. Donald Trump abre brecha para sentar à mesa para conversar com o Brasil. Com isso, podemos ter uma flexibilidade nas tarifas, aumento da lista de isenção... Tudo isso contribui para a relação diplomática entre os dois países”, opina Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos.
Antes da abertura dos mercados, o Banco Central publicou a ata da última reunião do Copom, que decidiu manter a Selic em 15% ao ano, indicando que os juros devem permanecer elevados por um período “bastante prolongado”.
Segundo Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, a ata não trouxe muita novidade, mantendo o tom mais duro já visto no comunicado.
“Por um lado, o Copom passa a reconhecer a melhora no cenário, tanto o externo, via câmbio mais favorável, como o doméstico com a queda da atividade e desaceleração do crédito. No entanto, as projeções de inflação e expectativas mais longas ainda desancoradas impedem que os fatores positivos possam provocar uma mudança de postura mais hawkish”, explica Vitoria.
O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é bastante utilizado em operações de curto prazo feitas por empresas e instituições financeiras.
A cotação do dólar à vista reflete o valor real de mercado no momento da transação, oferecendo transparência para quem precisa fechar negócios com rapidez.
O dólar futuro corresponde a contratos de compra e venda da moeda para liquidação em uma data futura. Essa modalidade é negociada na Bolsa de Valores e ajuda empresas e investidores a se protegerem da volatilidade cambial.
Sua cotação varia conforme as expectativas do mercado em relação à economia, podendo se distanciar bastante do dólar à vista em momentos de incerteza.