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Dólar futuro e à vista vão acima de R$3,30 e BC amplia atuação

Às 12:00, a moeda americana avançava 6,06 por cento, a 3,3237 reais na venda, depois de bater 3,4400 reais na máxima do dia

Dólar: B3 elevou o limite de negociação do dólar futuro de 6 para 9 por cento, para cima ou para baixo (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: B3 elevou o limite de negociação do dólar futuro de 6 para 9 por cento, para cima ou para baixo (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de maio de 2017 às 12h11.

São Paulo - O dólar futuro disparava nesta quinta-feira, chegando a atingir o limite máximo permitido de 3,4175 reais para este pregão, depois de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer que alimentaram percepções de que as reformas serão afetadas e, consequentemente, a recuperação da economia.

Os negócios no mercado à vista demoraram a acontecer, com os investidores evitando tomar posições, e eram poucos nesta sessão. Diante disso, o Banco Central anunciou nova intervenção no mercado, com leilão de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, e que não eram voltados para rolagem de contratos já existentes.

Às 12:00, o dólar avançava 6,06 por cento, a 3,3237 reais na venda, depois de bater 3,4400 reais na máxima do dia. O dólar futuro subia 5,85 por cento, a 3,3330 reais.

"Depois do pânico inicial, o mercado está aguardando novos desdobramentos. Os leilões do BC aliviaram suavemente as cotações", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Na noite passada, o jornal O Globo noticiou que Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, gravou Temer concordando com pagamentos para manter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso.

Assim que a notícia chegou ao Congresso, a oposição não perdeu tempo para pedir o impeachment de Temer, enquanto líderes governistas, pegos de surpresa, pediam cautela com a informação, evitando fazer defesas mais taxativas.

Especialistas afirmaram que o governo foi fortemente abalado e, assim, as reformas consideradas essenciais, sobretudo a da Previdência, para recuperar a economia serão afetadas.

Diante da forte turbulência na cena política brasileira --que estava afetando até ativos no exterior, com os Treasuries norte-americanos--, o Tesouro Nacional e o BC publicaram notas afirmando que estavam atentos ao mercado e que atuariam para manter sua plena funcionalidade.

O Tesouro suspendeu o leilão de venda de LTN e LFT programado para esta sessão.

Já o BC vendeu integralmente, em dois leilões, a oferta integral de até 40 mil swaps tradicionais. A autoridade monetária também vendeu a oferta total de 8 mil swaps para a rolagem do vencimento de junho, no valor total de 4,435 bilhões de dólares.

Em novembro do ano passado, o BC também havia feito oferta adicional de swap para tentar conter a volatilidade do mercado após a vitória de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.

A B3 elevou o limite de negociação do dólar futuro de 6 para 9 por cento, para cima ou para baixo; uma vez atingido, só podem sair negócios dentro desse intervalo.

Nas últimas semanas, os mercados financeiros estavam vivendo uma espécie de lua-de-mel com o governo Temer, apostando que ele conseguiria angariar votos suficientes para aprovar as reformas no Congresso Nacional. O dólar, nesta semana, chegou a fechar abaixo do patamar de 3,10 reais.

Além disso, a economia vinha dando alguns sinais de recuperação, depois de dois anos seguidos de forte recessão. A inflação também vinha perdendo fôlego e possibilitando que o BC fizesse reduções importantes na taxa básica de juros, o que tem potencial para estimular o consumo.

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