Goldman Sachs: possíveis cortes de juros, somados à mudança no desempenho econômico dos EUA, poderiam impulsionar uma nova fase de queda do dólar. (Designed by/Freepik)
Repórter de Mercados
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 10h22.
Última atualização em 15 de setembro de 2025 às 19h49.
O dólar fechou a sessão desta segunda-feira, 15, em queda de 0,61%, a R$ 5,321, após chegar a R$ 5,309 na mínima do dia, menor valor desde junho do ano passado. O movimento segue em linha com o visto globalmente, com o DXY, índice que compara o desempenho do dólar com uma cesta de moedas, caindo 0,26%.
Ibovespa fecha em alta de 0,9% após bater pontuação históricaNos Estados Unidos, os últimos indicadores de emprego e inflação reforçaram a expectativa de que o Federal Reserve possa cortar os juros nesta semana. Para analistas do Goldman Sachs, possíveis cortes, somados à mudança no desempenho econômico dos EUA, poderiam impulsionar uma nova fase de queda do dólar.
O real é mencionado no relatório assinado pelos analistas como um dos candidatos populares ao good carry. Em outras palavras, a moeda brasileira tem taxa de juros relativamente alta, o que a torna interessante para os investidores. Por isso, o real está tendo um desempenho superior em relação a outras moedas, como o iene japonês e o dólar australiano.
Daniel Toledo, consultor de negócios internacionais, afirma que a valorização do real também tem sido amparada por leilões de swap cambial, realizados pelo Banco Central brasileiro.
“Sinais de desaceleração nos EUA, expectativa de corte de juros pelo Fed, fortalecimento de ativos brasileiros e ações do Banco Central, que tem realizado leilões. Esse conjunto cria espaço para que o real se valorize e o dólar alcance o menor patamar em mais de um ano”, explica.
No entanto, a queda do dólar foi limitada por declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que disse à Fox News que “medidas adicionais” contra o Brasil devem ser anunciadas na próxima semana.
Ainda no relatório, o Goldman Sachs cita mudanças no custo de hedge e viés político no mecanismo de fixação do yuan chinês como fatores que devem pressionar ainda mais o dólar.
“Acreditamos que a mudança no custo de hedge deve levar os investidores na Ásia a ajustar seus investimentos, assim como fizeram seus pares na Europa no primeiro semestre, o que acreditamos ter sido um fator significativo por trás do desempenho relativo do câmbio no primeiro semestre”, explicam os analistas.
Já a fixação do yuan chinês é visto como um “impulso político” importante que pode ajudar a apoiar uma desvalorização mais ampla do dólar.
O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é amplamente utilizado por empresas e instituições financeiras em operações de curto prazo, oferecendo uma cotação com base no valor real de mercado no momento da transação.
O dólar futuro é uma cotação projetada para contratos de compra e venda de dólares a serem liquidados em datas futuras. Esse tipo de dólar é negociado na Bolsa de Valores, permitindo que empresas e investidores se protejam contra a volatilidade cambial. A cotação do dólar futuro pode variar bastante, pois leva em consideração as expectativas do mercado sobre a economia.