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Publicado em 22 de maio de 2025 às 07h10.
As projeções para os mercados emergentes revelam otimismo após Moody's rebaixar a nota de crédito dos Estados Unidos e reforçar a narrativa de "vender os EUA".
A desconfiança dos ativos americanos em ações, títulos e na baixa do dólar, reflete em uma procura maior por mercados alternativos.
Um comunicado da equipe do Bank of America (BofA), liderada pelo estrategista Michael Hartnett, revelou o potencial dos emergentes.
“Dólar americano mais fraco, pico nos rendimentos dos títulos dos EUA, recuperação econômica da China… nada funcionará melhor do que ações de mercados emergentes”, disse ele.
Já o JPMorgan (JPM) elevou, na segunda-feira, 19, sua recomendação em ações nesse mercado de "neutra" para "acima da média", citando as tensões comerciais entre EUA e China como fator decisivo.
O desempenho atual dos mercados reforça a tendência.
O índice MSCI de Mercados Emergentes acumula alta de 8,55% no ano, superando o S&P 500, que avançou apenas 1% no mesmo período. Entre os dias 9 e 21 de abril, por exemplo, o S&P registrou queda superior a 5%, enquanto o índice de mercados emergentes subiu 7%.
Segundo Malcolm Dorson, chefe de investimentos ativos da Global X ETFs, os mercados emergentes estão estrategicamente posicionados para liderar o próximo ciclo, após uma década de desempenho inferior às ações norte-americanas.
Ao jornal CNBC, Dorson afirmou que “essa possível tempestade perfeita decorre de um dólar americano potencialmente mais fraco, uma posição extremamente baixa dos investidores e um crescimento exagerado a preços descontados”.
Entre os principais mercados, ele acredita que a Índia oferece a melhor oportunidade de crescimento a longo prazo e a Argentina possui uma valuation mais barata aos demais.
O Brasil foi mencionado ao lado da Grécia ao apresentar melhoras na classificação de crédito soberano, o que torna o mercado mais atrativo aos investidores.
A gestora do portfólio da VanEnck, Ola El-SHawarby, destacou ao jornal que, apesar de já ter acontecido de mercados emergentes perderem o fôlego por serem impulsionados por fatores macroeconômicos de curto prazo, o momento atual pode ser diferente.
Segundo ela, a combinação de valuations deprimidos, baixa alocação dos investidores e progresso estrutural mais sólido em economias-chave pode sustentar uma alta mais duradoura.