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Casas Bahia negocia com credores conversão de R$ 1,5 bilhão de dívida em novas ações

Processo é essencial para dar um ponto final à reestruturação da empresa

Novas ações: Casas Bahia negocia com credores conversão de R$ 1,5 bilhão de dívida (Casas Bahia/Divulgação)

Novas ações: Casas Bahia negocia com credores conversão de R$ 1,5 bilhão de dívida (Casas Bahia/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 6 de junho de 2025 às 10h02.

Última atualização em 6 de junho de 2025 às 10h57.

A Casas Bahia (BHIA3) está com negociações avançadas com os bancos Bradesco e Banco do Brasil, seus principais credores, para a conversão de suas dívidas relativas à segunda série de emissão de debêntures, no valor de R$ 1,56 bilhão, em novas ações para a companhia. A negociação é uma forma de reduzir pela metade o índice de alavancagem da varejista. 

Em fato relevante divulgado ontem ao mercado, a companhia também afirmou que pretende fazer o reperfilamento das debêntures da primeira série, no valor de R$ 1,67 bilhão.  

Com isso, a Casas Bahia espera, além do recuo da alavancagem, gastos menores — com juros, de cerca de R$ 230 milhões ao ano, e economia de caixa de R$ 400 milhões. 

No documento, a varejista informou estar em negociações avançadas para a antecipação do prazo de conversão da segunda série de debêntures, de 2024. Com as três séries, existe uma dívida total de R$ 4,5 bilhões 

A companhia e os detentores de aproximadamente 99,99% das dívidas da segunda série em circulação pretendem antecipar o período de conversão dessas debêntures para poderem ser convertidas em ações ordinárias a partir de junho de 2025. O prazo original para o início deste processo era outubro de 2025.  

O plano define 10% de venda liberada para uma primeira leva; 15% no primeiro trimestre seguinte à conversão, outros 15% no trimestre seguinte; 20% no terceiro trimestre; 30% no quarto, e 10% no 16º constado da conversão.  

O preço por nova ação não será alterado no caso de conversão, permanecendo conforme estabelecido.  

Se fosse aprovada a antecipação da conversão integral das debêntures da segunda série, seriam emitidas mais de 3 milhões de novas ações, correspondendo a 77,58% do capital social da companhia. Esse movimento, segundo fato relevante, deve impactar positivamente sua estrutura de capital.   

Em paralelo, a companhia propõe o reperfilamento das debêntures da primeira série, que prevê o adiamento do primeiro pagamento de juros de novembro de 2026 para novembro de 2027, além da alteração no cronograma de amortização. 

 O novo planejamento estabelece que o pagamento do principal ocorra conforme a nova programação. O reperfilamento já foi discutido com os titulares das debêntures da primeira série, que representam mais da metade das emissões.  

A companhia acredita que essas mudanças proporcionarão maior fluxo de caixa livre, oferecendo flexibilidade financeira para investimentos no crescimento e aumento da eficiência de suas operações.  

Em outra frente, a companhia submeterá à deliberação dos debenturistas da décima emissão um pedido para autorizar, por um período de 12 meses, a realização de eventos de liquidez sem que os recursos gerados sejam destinados à amortização antecipada das dívidas.  

Caso aprovada, essa autorização permitirá que a companhia utilize até R$ 500 milhões de recursos gerados por esses eventos para investir no crescimento e aprimoramento das suas operações.  

O plano de transformação da estrutura de capital da Casas Bahia depende da aprovação interna e dos titulares das debêntures, além de outros fatores fora do controle da administração. A reunião do conselho de administração que deliberará sobre o tema está marcada para 12 de junho. 

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