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Bolsas globais caem com aumento da tensão entre Israel e Irã

Mercados operam no vermelho com alta do petróleo, disparada do ouro e investidores atentos à decisão de juros dos EUA

Reunião do G7 no Canadá: Trump deixou o encontro antes do previsto para tratar da escalada do conflito entre Israel e Irã (Governo do Canadá/Divulgação)

Reunião do G7 no Canadá: Trump deixou o encontro antes do previsto para tratar da escalada do conflito entre Israel e Irã (Governo do Canadá/Divulgação)

Publicado em 17 de junho de 2025 às 06h20.

Os mercados internacionais operam em queda na manhã desta terça-feira, 17, em meio à escalada do conflito entre Israel e Irã e com investidores à espera da decisão de juros do Federal Reserve (Fed), que será divulgada nesta quarta-feira. O aumento da tensão pressiona as bolsas e eleva os preços do petróleo e do ouro, que volta a ser visto como porto seguro.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, refletindo a preocupação com os desdobramentos no Oriente Médio e as incertezas econômicas. O Nikkei subiu 0,59%, apoiado pela decisão do Banco do Japão de manter os juros inalterados, em 0,5%, mesmo após sinalizar que vai reduzir o ritmo de compras de títulos públicos a partir de abril do ano que vem.

Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,12%, enquanto o Kosdaq, que concentra empresas de menor porte, recuou 0,21%.

Na China, o CSI 300 terminou estável, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 0,34%, pressionado pela aversão global ao risco. A bolsa da Austrália fechou praticamente estável, enquanto os mercados na Índia operavam em queda de até 0,42% no início da tarde, no horário local.

O conflito entre Israel e Irã segue sendo o principal fator de tensão. A situação se agravou após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir publicamente que “todos evacuem imediatamente Teerã” e deixar antecipadamente a cúpula do G7 para tratar da crise.

Embora analistas apontem que o conflito parece, por ora, controlado e limitado a ambos os países, a percepção de risco permanece elevada. A Fitch Ratings afirmou que os impactos estão dentro dos limites que podem ser absorvidos pela nota de crédito de Israel, mas alertou que uma escalada prolongada pode pressionar ainda mais a economia regional e os mercados.

Europa e EUA

Na Europa, os índices operam em forte queda. Por volta das 5h40, o DAX da Alemanha recuava 1,10%, liderando as perdas. O CAC 40, da França, cedia 0,6%, e o FTSE 100, do Reino Unido, caía 0,36%. O Stoxx 600, que reúne as principais ações do continente, tinha baixa de 0,63%, no menor patamar em mais de três semanas.

A cautela dos investidores persiste mesmo após o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido, que reduz tarifas para os setores automotivo e aeroespacial britânicos. O mercado, no entanto, avaliou que os benefícios já estavam precificados, enquanto persistem incertezas sobre tarifas para aço e produtos farmacêuticos.

Nos Estados Unidos, os índices futuros recuam na manhã desta terça-feira. O S&P 500 caía 0,51%, o Dow Jones recuava 0,56% e o Nasdaq perdia 0,51%. A queda reflete a tensão geopolítica e a expectativa pela reunião do Fed, que começa hoje e anuncia sua decisão de política monetária na quarta-feira. Embora o mercado projete manutenção dos juros no intervalo entre 4,25% e 4,50%, investidores aguardam sinalizações sobre o caminho da política monetária diante dos riscos inflacionários associados ao aumento dos preços de energia.

O petróleo opera em alta, impulsionado pelos temores de que o conflito no Oriente Médio afete a oferta da commodity, mesmo sem sinais concretos de perda de produção até o momento. O Brent sobe 0,7%, cotado a US$ 73,77, enquanto o WTI avança 0,8%, negociado a US$ 72,35. Na véspera, os contratos chegaram a subir mais de 2%, mas fecharam em queda superior a 1%, diante de sinais de que o Irã estaria buscando um cessar-fogo em troca de avanços nas negociações nucleares.

No mercado de commodities, o ouro se consolida como principal ativo de proteção. A cotação já acumula alta de 30% no ano, superando o desempenho de outros ativos considerados seguros, como iene, franco suíço e títulos do Tesouro americano. Nesta manhã, o ouro spot subia cerca de 0,3%, cotado a US$ 3.392,29 por onça, depois de variar na casa dos US$ 3.400 na véspera.

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