Por Luciana Xavier

Nova York - Os temores em relação à zona do euro - que reúne os 16 países que utilizam o euro como moeda - pressionam a abertura das Bolsas de Nova York. Ao mesmo tempo, o mercado digere os comentários feitos ontem pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, de que poderá se necessário estender o programa de compra de títulos da dívida do país. Às 12h34 (horário de Brasília), o índice Dow Jones recuava 0,21%, o Nasdaq caía 0,04% e o S&P-500 registrava baixa de 0,23%.

Em entrevista ontem à noite ao programa "60 Minutos", da CBS, Bernanke disse que o Fed poderá promover mais alívio quantitativo, para além da compra de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro anunciada em novembro. Isso irá depender da inflação e de como se recupera a economia, da qual o termômetro é o mercado de trabalho. Ele disse ainda estar "100% confiante" em relação à habilidade do Fed de controlar a inflação de longo prazo.

Também no fim de semana, os republicanos no Congresso sinalizaram que podem estar perto de fechar acordo para estender temporariamente os cortes de impostos do ex-presidente George Bush para todas as faixas salariais, por possivelmente dois anos. Em troca, os eles concordariam em estender benefícios a desempregados por períodos longos.

Na Europa, a chanceler alemã Angela Merkel quer evitar o risco moral na região e disse que não vê "absolutamente qualquer necessidade" de aumento da rede de proteção financeira para países em dificuldades. As declarações fizeram crescer o medo de que a Alemanha venha a sair do bloco, o que seria desastroso para a sobrevivência do euro.