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Boeing corta previsão de crescimento, mas mantém entregas em disputa com Airbus

Apesar dos desafios na produção e na economia global, companhia vê aumento de 40% na demanda por viagens até 2030, com destaque para Ásia e China

Publicado em 16 de junho de 2025 às 06h52.

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A Boeing divulgou neste domingo, 15, sua projeção de demanda para os próximos 20 anos no mercado de aviação comercial, reduzindo as estimativas de crescimento, mas mantendo praticamente inalterado o número de entregas previstas.

A companhia projeta a necessidade de 43.600 novos aviões até 2044, ligeiramente abaixo da previsão anterior, que era de 43.975 até 2043.

O relatório foi publicado na véspera da abertura do Paris Airshow, o maior evento do setor no mundo. Na semana passada, a rival europeia Airbus elevou sua própria previsão em 2%, estimando demanda por 43.420 aeronaves no mesmo período, mesmo com as tensões comerciais atuais.

Do total projetado pela Boeing, cerca de 33.300 serão aeronaves de corredor único, como o 737 MAX e a família A320neo da Airbus, que representam quatro a cada cinco entregas. A previsão inclui ainda 7.800 aviões de grande porte, 955 cargueiros e 1.545 jatos regionais.

Demanda global

A companhia, no entanto, revisou para baixo suas estimativas de crescimento anual. A previsão de avanço do tráfego de passageiros caiu de 4,7% para 4,2%, o crescimento da economia global foi ajustado de 2,6% para 2,3%, enquanto o transporte de cargas passou de 4,1% para 3,7%. A expansão da frota global também foi ligeiramente reduzida, de 3,2% para 3,1% ao ano.

Apesar disso, a Boeing acredita que a volatilidade no comércio global não deve alterar de forma significativa a demanda de longo prazo. "Se olharmos para os últimos 20, 40, 60 anos, vemos que o mercado de cargas cresce de forma consistente em torno de 4% ao ano", afirmou Darren Hulst, vice-presidente de marketing da área comercial da empresa.

O relatório destaca que a demanda por viagens aéreas deve crescer mais de 40% até 2030, em relação ao pico pré-pandemia. Cerca de 51% das encomendas até 2044 serão destinadas à expansão das frotas, e não apenas para substituir aviões antigos. China e o Sul e Sudeste Asiático devem concentrar metade dessa demanda adicional, enquanto América do Norte e Eurásia responderão por mais da metade das substituições de aeronaves.

Desafios e limitações

O cenário positivo contrasta com os desafios operacionais recentes da fabricante americana. Desde o acidente com um painel desprendido em voo de um 737 MAX da Alaska Airlines, em 2024, a Boeing enfrenta limitações de produção impostas pela autoridade regulatória dos EUA, que limitou a fabricação do 737 a 38 unidades por mês.

Embora a companhia tenha reportado avanços na qualidade da produção, um novo acidente na última quinta-feira, envolvendo um Boeing 787-8 da Air India, voltou a colocar a fabricante em crise. O CEO Kelly Ortberg cancelou sua participação no Paris Airshow para acompanhar de perto as investigações do caso.

A China, que representa cerca de 10% da carteira de pedidos da Boeing, havia pausado as entregas de novas aeronaves em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos, mas a expectativa é de que essas entregas sejam retomadas ainda neste mês, segundo Ortberg.

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