Apple: empresa fecha em queda após novas tarifas de Trump (Xu Kaicheng/VCG/Getty Images)
Repórter
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 19h34.
As big techs fecharam esta sexta-feira, 10, em queda em Wall Street depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificar sua guerra comercial com a China.
As ações de gigantes como Amazon (AMZN), Nvidia (NVDA) e Tesla (TSLA) caíram cerca de 5%, resultando em uma perda coletiva de US$ 770 bilhões em valor de mercado para as empresas de tecnologia, segundo a CNBC.
O movimento levou a uma queda de 3,6% no Nasdaq e de 2,7% no S&P 500 — marcando o pior dia para ambos os índices desde abril de 2024.
O sell-off generalizado foi desencadeado pela ameaça de Trump de impor tarifas adicionais de 100% sobre as importações chinesas, além de controles de exportação sobre softwares essenciais fabricados nos Estados Unidos, com início previsto para o dia 1º de novembro.
A reação do mercado foi imediata, com ações de empresas de tecnologia, como Amazon, Nvidia e Tesla, caindo ainda mais no pregão após o fechamento do mercado.
A queda das ações reflete a crescente incerteza sobre o impacto das tensões comerciais na indústria de tecnologia, que tem sido uma das maiores responsáveis pelo crescimento dos mercados financeiros nos últimos anos.
A Nvidia, que recentemente se tornou a primeira empresa a atingir uma capitalização de mercado de US$ 4,5 trilhões, viu sua avaliação cair em quase US$ 229 bilhões na sexta.
A empresa, que fornece chips gráficos cruciais para a construção de modelos de inteligência artificial (IA), tem sido um dos principais motores da recente valorização do setor tecnológico.
Outras gigantes da tecnologia também sofreram perdas significativas.
A Amazon, que tinha apresentado um bom desempenho no ano, perdeu todos os ganhos de 2025, registrando uma queda de US$ 121 bilhões.
A ação da gigante do comércio eletrônico caiu 2% após o fechamento do mercado, com analistas destacando as preocupações com os impactos das tarifas sobre os preços no varejo e o consumo.
Embora a Amazon não tenha negócios significativos com a OpenAI, compete diretamente com a Microsoft (MSFT) no mercado de infraestrutura em nuvem, alugando suas GPUs para clientes.
A Tesla, que anunciou veículos mais acessíveis recentemente, viu sua capitalização de mercado diminuir em US$ 71 bilhões.
A montadora agendou a divulgação de seus resultados do terceiro trimestre para o dia 22 de outubro, o que será um importante indicador sobre a saúde financeira da empresa diante do cenário de incertezas comerciais.
O impacto negativo não se limitou às ações de tecnologia.
Os índices do mercado como o S&P 500 e o Nasdaq registraram as maiores quedas percentuais desde abril de 2024, com o S&P 500 marcando sua maior perda semanal desde maio. O Dow Jones caiu 878 pontos, ou 1,90%, fechando a 45.479,60 pontos.
As ações de empresas chinesas listadas nos Estados Unidos também sofreram quedas consideráveis. Alibaba (BABA), JD.com (JD) e PDD Holdings (PDD) viram seus papéis cair entre 5,3% e 8,5%, refletindo a incerteza com a escalada da guerra comercial. A Qualcomm (QCOM) caiu 7,3% após a China anunciar uma investigação antitruste sobre a aquisição da israelense Autotalks.
A crescente tensão e a incerteza sobre as cadeias de suprimento, especialmente nas indústrias de tecnologia, veículos elétricos e defesa, preocupam analistas e investidores, uma vez que ambas as nações, EUA e China, dominam o mercado de terras raras e semicondutores.
Embora o mercado enfrente volatilidade no curto prazo, alguns analistas sugerem que as tensões comerciais podem levar a uma abordagem mais cautelosa por parte dos investidores.
“A segunda maior economia e a maior economia do mundo estão novamente em desacordo, e estamos vendo uma mentalidade de 'vender primeiro, perguntar depois' para terminar a semana", disse Ryan Detrick, estrategista-chefe do Carson Group, à Reuters. A incerteza sobre essas questões comerciais continua a gerar um aumento na ansiedade do mercado, refletida no aumento do Índice de Volatilidade CBOE, que atingiu o nível mais alto desde junho.
Com o governo dos EUA ainda em shutdown e sem sinais claros de resolução para os impasses comerciais, os mercados agora ganham uma nova velha preocupação: a guerra comercial.