Ata do Fed: documento foi divulgado nesta quarta-feira, 8 (Smith Collection/Gado/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 15h27.
Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 17h12.
A ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano), publicada nesta quarta-feira, 8, parece validar as expectativas do mercado para um corte adicional em outubro.
Segundo o documento, quase todos os respondentes da pesquisa Desk esperavam um corte de 25 pontos-base no intervalo-alvo da taxa dos fed funds nesta reunião, e "cerca de metade" esperava um corte adicional na reunião de outubro.
O documento era muito aguardado pelo mercado após o Fed cortar, no mês passado, os juros pela primeira desde dezembro de 2024, levando a taxa para a faixa entre 4% e 4,25%.
Antes da publicação da ata, a plataforma Fed Watch, do CME Group, apontava que 92,5% do mercado apostava em uma queda de 0,25 ponto percentual (p.p.), ante 7,5% que apostam em uma manutenção. Após a divulgação, esses números se mantiveram.
No encontro de setembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) indicou, por meio do seu Resumo de Projeções Econômicas, que vê espaço para pelo menos mais dois cortes de 0,25 ponto até dezembro.
O documento também afirma que os efeitos inflacionários decorrentes das tarifas foram mais brandos do que o esperado no começo do ano, embora, no geral, os participantes tenham avaliado que os aumentos tarifários deste ano exerceram pressão altista sobre a inflação.
Para alguns participantes do Fed, ganhos de produtividade poderiam estar reduzindo as pressões inflacionárias.
"Um ou outro expressou a visão de que, excluindo os efeitos das tarifas deste ano, a inflação estaria próxima da meta. No entanto, alguns outros destacaram que o progresso em direção ao objetivo de 2% havia estagnado, mesmo desconsiderando os efeitos das tarifas", informa o documento.
A ata também destacou que o mercado de ações e as bolsas americanas seguem em alta, mesmo após a divulgação de dados de emprego e de mercado de trabalho abaixo do esperado.
"Muito puxado ainda por um crescimento de lucro bastante robusto vindo do setor de tecnologia, setor bancário setor industrial", comenta Bruno Yamashita, Analista de Alocação e Inteligência da Avenue.
A decisão foi quase unânime, com apenas um voto contrário — o de Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump, que defendia um corte mais agressivo, de 0,50 p.p.
Um ponto de destaque é a mudança de foco do Fed. Até recentemente, as preocupações estavam concentradas no risco de persistência inflacionária. Entretanto, uma sequência de relatórios fracos sobre criação de vagas embasou a decisão de cortar os juros.