Repórter de Mercados
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 06h01.
Última atualização em 22 de setembro de 2025 às 11h21.
Após uma semana decisiva para as taxas básicas de juros do Brasil e dos Estados Unidos, o foco dos mercados agora vai se voltar aos sinais que podem indicar para onde a política monetária de cada país vai a partir de agora.
Por aqui, além da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado deve reagir também à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
Lá fora, as atenções se voltam à divulgação do PCE, métrica de inflação dos Estados Unidos preferida do Federal Reserve (Fed).
Ações brasileiras costumam responder bem a cortes de juros nos EUA. Vem novo recorde aí?Nos EUA, o Fed cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, reduzindo-a para uma faixa entre 4% e 4,25% ao ano. Essa foi a primeira redução de juros em 2025 após cinco reuniões de manutenção. A decisão não foi unânime: um membro do Fed, indicado por Donald Trump, votou por um corte maior, de 0,50 p.p.
O corte visa acomodar sinais recentes de enfraquecimento do mercado de trabalho e a moderação da inflação, abrindo espaço para novos cortes até dezembro.
No Brasil, o Copom decidiu manter a taxa Selic inalterada em 15% ao ano, nível mais alto em quase duas décadas. A manutenção aconteceu por causa da estratégia de controle da inflação, apesar de ter apresentado alguma melhora recente nos números.
A expectativa do mercado é que os juros brasileiros permaneçam estáveis até o início de 2026.
A agenda econômica brasileira é intensa nessa semana, a começar com a divulgação da ata do Copom na terça-feira, 23, que poderá dar pistas sobre os próximos passos do Banco Central em relação à taxa Selic.
O comitê decidiu, na última quarta, manter os juros em 15% ao ano, em decisão unânime e amplamente esperada pelo mercado, na segunda manutenção consecutiva da taxa básica de juros.
Ainda no campo monetário, o Relatório de Política Monetária (RPM) sai na quinta, 25, acompanhado de entrevista dos diretores Gabriel Galípolo e Diogo Guillen.
Na quinta, também será dia do IPCA-15 de setembro. Outros dados relevantes incluem o IPC-S da FGV, o INCC-M e sondagens setoriais sobre a indústria, construção e confiança do consumidor.
O Banco Central ainda publica o Boletim Focus na segunda, além do fluxo cambial e a nota de setor externo.
Na terça, 23, a ANEEL completa a agenda com a definição da bandeira tarifária para a energia elétrica.
No cenário internacional, o dado mais aguardado será divulgado na sexta-feira, 26, com o deflator do PCE (índice de preços de gastos com consumo pessoal) de agosto nos Estados Unidos.
No mesmo dia, os dados de gastos e rendimentos pessoais compõem um quadro para avaliar a resiliência do consumo americano e calibrar as expectativas sobre os próximos passos da política monetária.
Na quinta, 25, há a leitura final do PIB do segundo trimestre e a balança comercial de agosto.
Na terça, 23, o país divulga o PMI composto preliminar de setembro, que mede a atividade e a saúde dos setores manufatureiro e de serviços da economia americana.
Na Europa, a Zona do Euro e a Alemanha também divulgarão seus índices de confiança e atividade ao longo da semana.