NSE, bolsa de Mumbai: índice Nifty IT caiu 3% após o anúncio do aumento da taxa de vistos para estrangeiros (Indranil Aditya/NurPhoto/Getty Images)
Redatora
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 09h41.
As ações das maiores empresas de tecnologia da Índia recuaram nesta segunda-feira, 22, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um aumento drástico na taxa de solicitação dos vistos H-1B, usados por profissionais estrangeiros qualificados.
A cobrança passou para US$ 100 mil por aplicação, o que, segundo o jornal britânico Financial Times, ameaça a continuidade de um setor que movimenta US$ 283 bilhões anuais.
Em Mumbai, o índice Nifty IT fechou em queda de 3%. A Tata Consultancy Services, uma das maiores exportadoras de serviços de TI do país, caiu na mesma proporção. A Infosys recuou 2,6%, enquanto Wipro e HCLTech perderam 2,2% e 1,9%, respectivamente. No mercado mais amplo, o Sensex encerrou em baixa de 0,56% e o Nifty 50 recuou 0,49%.
Mais de 70% dos atuais detentores de vistos H-1B nos Estados Unidos são cidadãos indianos. O encarecimento da taxa pode comprometer a viabilidade de enviar profissionais para atender projetos em solo americano, disse ao FT Devarsh Vakil, chefe de pesquisa da HDFC Securities.
A decisão gerou correria entre profissionais indianos no fim de semana, com relatos de cancelamento de viagens e retorno apressado aos EUA. A Casa Branca, no entanto, esclareceu depois que as novas regras só valerão para inscrições no próximo sorteio de vistos, em fevereiro, não afetando os atuais portadores.
O setor de tecnologia indiano vem reduzindo a dependência do programa, ampliando contratações locais nos EUA. Ainda assim, a exposição segue relevante: entre 20% e 30% da força de trabalho dessas companhias no mercado americano está vinculada ao H-1B, segundo estimativas da Motilal Oswal, citadas pelo FT.
A medida também aumenta a tensão entre Washington e Nova Délhi, em meio a outros embates comerciais recentes, como a tarifa de 50% imposta por Trump sobre produtos indianos devido ao comércio de petróleo russo.