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Ações de bancos recuam após CMN limitar juro do cheque especial

Conselho aprovou resolução que muda o desenho do cheque especial, estabelecendo que a taxa de juros do produto não poderá superar 8% ao mês

B3: ações de bancos figuravam entre as maiores perdas do Ibovespa nesta quinta-feira (Cris Faga/Getty Images)

B3: ações de bancos figuravam entre as maiores perdas do Ibovespa nesta quinta-feira (Cris Faga/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2019 às 11h17.

São Paulo — As ações de bancos figuravam entre as maiores perdas do Ibovespa nesta quinta-feira, após o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovar resolução que muda o desenho do cheque especial, estabelecendo que a taxa de juros do produto não poderá superar 8% ao mês - cerca de 150% ao ano.

Por volta de 10:20, Bradesco PN caía 1,5%, Itaú Unibanco PN cedia 1,4%, Banco do Brasil ON recuava 1,1% e Santander Brasil Unit perdia 1%. No mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 0,2%.

De acordo com o analista Luis Fernando Azevedo, do Banco Safra, o cheque especial represente cerca de 1%-2% do crédito dos bancos, mas os spreads são muito altos, fazendo com que impacto sobre a margem financeira final, e portanto, para o lucro, possa ser relevante, conforme nota a clientes.

A equipe do Credit Suisse avaliou, no entanto, que o impacto final deve ser limitado, dado que os bancos devem ter uma capacidade de compensar o impacto através de uma taxa para o cliente acessar o produto cheque especial e também pela possibilidade de reduzir o capital alocado, caso necessário.

Os analistas estimam um impacto de 2 bilhões a 6 bilhões de reais para o sistema, algo equivalente a 1% a 3% do lucro líquido para 2020 para os maiores bancos sob cobertura da casa.

"Vale lembrar que a possibilidade de alguma medida nessa linha já havia sendo ventilada há algum tempo e provavelmente pode ter uma parcela de contribuição na performance um pouco pior dos bancos nas últimas semanas", disseram.

Para a equipe de análise da XP Investimentos, a resolução é um sinal negativo para os bancos, principalmente pelo tom do regulador de intervir diretamente no crédito.

Analistas do Bradesco BBI consideraram a medida de limitar os juros "sem precedentes", estimando preliminarmente redução de 33% a 44% na contribuição para o lucro vindo dos empréstimos no cheque especial. Para os lucros dos bancos em 2020, calculam que a decisão pode implicar redução de 1% a 5%.

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