Encomendas: Caça Gripen E encomendado pela Colômia (Sgt. Bianca/FAB/Divulgação)
Repórter de finanças
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 10h37.
As ações da empresa sueca Saab dispararam no pregão da tarde (em Estocolmo) nessa segunda-feira, 17, após a companhia fechar um acordo bilionário com a Colômbia para a compra de caças. Os papéis subiram quase 10% e, no ano, mais que dobraram de valor no acumulado. O governo colombiano vai pagar US$ 4,3 bilhões pela frota, em meio a tensões com os Estados Unidos.
O governo americano tem atacado embarcações no mar do Caribe e até no Pacífico, alegando que o alvo dos ataques são narcotraficantes.
A Saab recebeu um pedido de 17 caças Gripen da Colômbia, sendo 15 aeronaves Gripen E e duas Gripen F biposto, entre 2026 e 2032. Somado a isso, também entregará equipamentos e armamentos, treinamento e serviços.
Não é de agora a negociação: a Colômbia vinha negociando com a Saab há alguns anos e também havia cogitado adquirir o Eurofighter e o F-16 da Lockheed Martin como opções potenciais para substituir a frota obsoleta de caças israelenses Kfir do país.
O analista da Inderes, Renato Rios, em nota ao qual a Dow Jones Newswire teve acesso, disse que, embora a solicitação não seja totalmente inesperada — a Colômbia já havia anunciado a escolha da aeronave sueca —, a formalização do pedido e a dimensão do contrato trazem um sinal nitidamente positivo, ampliando o volume de encomendas da área de aviação e reforçando a previsibilidade de receita no longo prazo.
“Vemos isso como um passo significativo para a Saab, pois fortalece ainda mais a capacidade do grupo de traduzir oportunidades estratégicas internacionais em contratos vinculativos”, disse Rios.
O tamanho do contrato é claramente substancial e levará a um aumento na previsão financeira para os anos entre 2026 e 2032, acrescentou.
A Inderes estima que o valor implícito por aeronave no acordo com a Colômbia seja de aproximadamente 182 milhões de euros — um patamar considerado “muito forte”, sobretudo porque pacotes completos de exportação vendidos anteriormente, como os do Brasil e da Tailândia, custaram entre 140 e 150 milhões de euros.
Embraer: as encomendas de aeronaves que mais mexeram com as ações da companhiaCom a nova encomenda, a Colômbia se tornará o quarto país a operar a versão mais recente do Gripen, após Suécia, Brasil e Tailândia — que, no início deste ano, adquiriu quatro unidades adicionais para reforçar seu esquadrão da geração anterior, o Gripen C/D.
Além disso, Peru e Filipinas também avaliam a compra dos jatos, enquanto o acordo de cooperação em defesa aérea firmado recentemente entre Suécia e Ucrânia abre espaço para uma potencial exportação de 100 a 150 caças Gripen para o país europeu.