IBOVESPA: Ações brasileiras ligadas ao consumo disparam com expectativa de cortes na Selic (Germano Luders/Exame)
Redatora
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 15h30.
Última atualização em 24 de setembro de 2025 às 15h53.
As ações brasileiras ligadas ao mercado interno registram forte valorização em 2025, em contraste com anos de desempenho limitado pela taxa de juros elevada e pelo crescimento econômico mais lento.
A perspectiva de flexibilização monetária e apostas sobre o cenário eleitoral 2026 têm impulsionado o movimento, segundo levantamento da Bloomberg.
Oito das dez empresas com maior valorização no Ibovespa são ligadas à economia doméstica. Entre os destaques estão Cogna Educação, com alta de 198% no ano, e C&A Modas, que acumula avanço de 118%.
O levantamento apontou ainda que o índice de referência da bolsa brasileira subiu 22% em 2025, enquanto um indicador de small caps brasileiras já acumula ganhos de 29%.
As expectativas de cortes nos juros nos EUA se intensificaram após o Federal Reserve reduzir sua taxa básica em 0,25 ponto percentual, sinalizando novos ajustes até o fim do ano. No Brasil, o Banco Central manteve a Selic em 15%, mas indicou que não prevê novas altas, o que foi interpretado pelo mercado como um sinal de alívio futuro.
Esse cenário tem levado gestores e investidores a migrarem de papéis de exportadoras de commodities para setores como varejo, construção civil e serviços. Empresas como Magazine Luiza, Cyrela e Energisa são apontadas por analistas como potenciais beneficiárias.
No caso do Magazine Luiza, os papéis acumulam alta de 69% em 2025, registrando resultado positivo pela primeira vez desde 2020. Isso reflete o impacto da expectativa de queda nos custos de financiamento para consumidores.
Além da política monetária, as eleições presidenciais de 2026 entram no radar dos investidores. A possibilidade de vitória de um candidato com perfil mais favorável ao mercado, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apesar de negar candidatura ao Planalto, contribui para o otimismo.
Estratégias recomendadas por bancos como JPMorgan e Bank of America incluem a alocação em empresas com maior volatilidade, como construtoras e varejistas, que tendem a se beneficiar mais de mudanças no humor do mercado.
De acordo com levantamento do Bank of America, gestores latino-americanos elevaram a exposição ao risco ao maior nível desde 2021, acompanhando o movimento global em direção a ativos emergentes após a desaceleração do dólar.