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CDB com liquidez diária ou poupança: qual rende mais?

Entenda as diferenças, compare rendimentos e descubra quando o CDB com liquidez diária pode ser mais vantajoso que a poupança

A decisão entre investir em um CDB ou manter o dinheiro na poupança depende principalmente do perfil de cada investidor.

A decisão entre investir em um CDB ou manter o dinheiro na poupança depende principalmente do perfil de cada investidor.

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 3 de setembro de 2025 às 18h13.

Com a Selic em 15% ao ano, um patamar que deve se manter por um período prolongado segundo o Banco Central, investidores iniciantes se deparam com uma dúvida clássica: deixar o dinheiro na poupança ou migrar para um CDB com liquidez diária? A resposta pode significar centenas de reais a mais no bolso ao longo do tempo.

A velha caderneta já foi sinônimo absoluto de segurança e praticidade para guardar dinheiro no Brasil. Hoje, porém, existem alternativas que oferecem a mesma facilidade de resgate com rendimentos consideravelmente superiores, e o CDB com liquidez diária desponta como uma das principais opções para quem busca rentabilidade sem abrir mão da disponibilidade imediata dos recursos.

O que é um CDB com liquidez diária?

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título emitido pelos bancos para captar recursos. Funciona como um empréstimo que o investidor faz à instituição financeira, recebendo juros em troca. Quando tem liquidez diária, permite o resgate do dinheiro a qualquer momento, sem precisar esperar um prazo determinado.

Na prática, investir em um CDB com liquidez diária significa ter acesso ao dinheiro sempre que necessário, assim como acontece com a poupança. A diferença está no rendimento: enquanto a caderneta segue regras fixas estabelecidas pelo governo, o CDB pode oferecer percentuais do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), uma taxa que acompanha de perto a Selic.

Vale ressaltar que existem CDBs que pagam 100% do CDI ou até mais, dependendo do banco e do valor investido. Isso significa que, com a Selic em 15% ao ano, um CDB pode render próximo a esse percentual, enquanto a poupança fica limitada a aproximadamente 6,17% ao ano.

O que é a poupança?

A caderneta de poupança continua sendo o investimento mais popular do Brasil, presente em praticamente todos os bancos. Sua principal característica é a simplicidade: basta depositar o dinheiro e ele começa a render automaticamente, sem necessidade de escolher prazos ou percentuais.

O rendimento da poupança segue uma regra estabelecida pelo governo. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, como atualmente, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que hoje está próxima de zero. Já quando a Selic fica igual ou abaixo de 8,5%, o rendimento passa a ser 70% da taxa básica mais a TR.

Outro ponto importante é que a poupança tem aniversário mensal. Ou seja, os juros só são creditados uma vez por mês, na data em que o depósito foi feito. Se o dinheiro for retirado antes dessa data, perde-se todo o rendimento do período.

Quando o CDB rende mais que a poupança?

Com a Selic em 15% ao ano, um CDB que pague 100% do CDI oferece rendimento bruto próximo a essa taxa, enquanto a poupança fica limitada aos 0,5% mensais, totalizando cerca de 6,17% ao ano.

Mesmo após o desconto do Imposto de Renda, que incide sobre os rendimentos do CDB, a vantagem permanece considerável. Para um investimento de seis meses, por exemplo, a alíquota é de 22,5% sobre os ganhos. Ainda assim, o rendimento de um CDB com liquidez diária supera o da poupança em qualquer prazo.

A diferença se torna ainda mais expressiva em prazos maiores. Após dois anos, a alíquota do IR cai para 15%, ampliando a vantagem do CDB. Em cinco anos, a diferença pode representar quase o dobro de rendimento em relação à poupança, considerando as taxas atuais.

Simulação: quanto rende R$ 1.000 em diferentes prazos

Considerando um investimento inicial de R$ 1.000 e a Selic em 15% ao ano, veja como fica a comparação:

6 meses

  • CDB (100% do CDI): R$ 1.061,56 (já descontado o IR)
  • Poupança: R$ 1.030,38
  • Diferença: R$ 31,18 a favor do CDB

3 anos

  • CDB (100% do CDI): R$ 1.495,34 (já descontado o IR)
  • Poupança: R$ 1.196,68
  • Diferença: R$ 298,66 a favor do CDB

5 anos

  • CDB (100% do CDI): R$ 1.933,42 (já descontado o IR)
  • Poupança: R$ 1.348,85
  • Diferença: R$ 584,57 a favor do CDB

Tributação: quais impostos incidem sobre o CDB e a poupança

A poupança tem uma vantagem clara neste quesito: é isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas. Todo o rendimento vai direto para o bolso do investidor, sem desconto algum. Essa característica torna a caderneta atrativa para quem prioriza simplicidade absoluta.

Já o CDB segue a tabela regressiva do IR. A tributação funciona assim: quanto mais tempo o dinheiro fica investido, menor o imposto. Para aplicações de até 180 dias, a alíquota é de 22,5% sobre os rendimentos. Entre 181 e 360 dias, cai para 20%. De 361 a 720 dias, reduz para 17,5%. E acima de 720 dias, fica em 15%.

Apesar dos impostos parecerem uma desvantagem, mesmo com o desconto máximo de 22,5% para prazos curtos, o CDB ainda supera a poupança em rentabilidade. Além disso, o imposto incide apenas sobre os ganhos, não sobre o valor total investido, e o desconto é feito automaticamente no momento do resgate.

Taxas e custos

A poupança não cobra nenhuma taxa de administração, manutenção ou performance. É completamente gratuita, e essa simplicidade explica parte de sua popularidade. O investidor deposita R$ 1.000 e, se deixar o dinheiro parado, terá R$ 1.000 mais os rendimentos quando resgatar.

No caso do CDB, a maioria dos bancos também não cobra taxas para investir. Entretanto, é importante verificar se a corretora ou banco escolhido não cobra taxa de custódia ou administração. Muitas instituições oferecem CDBs sem qualquer custo adicional, especialmente para clientes que já possuem conta no banco emissor.

Vale destacar que ambos os investimentos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para valores de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Isso significa que tanto a poupança quanto o CDB têm o mesmo nível de segurança para a maioria dos investidores.

Quando é possível resgatar o dinheiro?

A escolha entre poupança ou CDB também passa pela facilidade de acesso ao dinheiro investido. Na poupança, o resgate é imediato e pode ser feito a qualquer momento, inclusive aos finais de semana e feriados. O valor cai na conta na hora, sem burocracias.

O CDB com liquidez diária também permite resgate a qualquer momento, mas geralmente o dinheiro demora até um dia útil para cair na conta. Alguns bancos oferecem resgate no mesmo dia, especialmente quando o CDB é do próprio banco onde o cliente tem conta. Essa pequena diferença de prazo raramente representa um problema para a maioria dos investidores.

Vale a pena investir em CDB com liquidez diária?

Analisando todos os aspectos, um CDB com liquidez diária vale a pena para a grande maioria dos investidores. Com rendimento superior à poupança em qualquer prazo, mesma segurança garantida pelo FGC e facilidade de resgate similar, o CDB se mostra uma evolução natural para quem quer fazer o dinheiro render mais.

A decisão entre investir em um CDB ou manter o dinheiro na poupança depende principalmente do perfil de cada investidor. Para quem valoriza simplicidade absoluta e não se importa em ganhar menos, a poupança ainda cumpre seu papel. Porém, para quem busca maximizar os rendimentos sem abrir mão da liquidez, o CDB com liquidez diária surge como alternativa superior.

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