Invest

Carro por assinatura vale a pena? Confira o que levar em conta

Modalidade cresce no país oferecendo praticidade, mas requer análise cuidadosa de perfil e necessidades do usuário; veja o que está em jogo

A longo prazo, manter um carro por assinatura pode sair mais caro que comprar um veículo, especialmente se você planeja usá-lo por muitos anos. (	Luis Alvarez/Getty Images)

A longo prazo, manter um carro por assinatura pode sair mais caro que comprar um veículo, especialmente se você planeja usá-lo por muitos anos. ( Luis Alvarez/Getty Images)

Publicado em 11 de junho de 2025 às 17h40.

Imagine ter um carro novo sem se preocupar com documentação, seguro ou manutenção. É exatamente isso que promete o carro por assinatura, uma modalidade que vem ganhando espaço no Brasil. Mas será que essa comodidade compensa financeiramente, ou você está pagando caro demais pela praticidade?

A resposta depende muito do seu perfil como motorista e dos seus objetivos financeiros. Como qualquer decisão importante, vale a pena entender os prós e contras antes de trocar as chaves do seu carro atual por uma mensalidade fixa.

Como funciona essa modalidade

O carro por assinatura funciona como um aluguel de longo prazo. Você escolhe um modelo, assina um contrato que varia entre 12 e 36 meses, e paga uma mensalidade que inclui praticamente tudo.

Diferente do financiamento tradicional, não há entrada nem transferência de propriedade. O veículo continua sendo da empresa, e você paga pelo direito de usá-lo durante o período contratado.

A mensalidade engloba itens como seguro total, IPVA, licenciamento, manutenção preventiva e corretiva, além de assistência 24 horas. É como ter um "pacote completo" que elimina a maioria das preocupações típicas de quem possui um carro.

Ao final do contrato, você simplesmente devolve o veículo. Algumas empresas oferecem opções de renovação, troca por outro modelo ou até mesmo a possibilidade de compra.

Principais vantagens do sistema

A praticidade é o maior atrativo. Você não precisa se preocupar com renovação de seguro, agendamento de revisões ou pagamento de impostos. Tudo é resolvido pela empresa responsável.

A previsibilidade financeira também chama atenção. Com uma mensalidade fixa, você consegue se planejar melhor, evitando surpresas como uma manutenção cara ou um acidente que dispara o valor do seguro.

Para quem gosta de ter sempre um carro novo, a flexibilidade é atrativa. É possível trocar de modelo com frequência, experimentando diferentes veículos sem o compromisso da compra.

O risco da depreciação também fica por conta da empresa. Você não precisa se preocupar se o modelo vai desvalorizar muito ou se terá problemas na hora da revenda.

Desvantagens que pesam no bolso

O custo é geralmente o maior obstáculo. A longo prazo, manter um carro por assinatura pode sair mais caro que comprar um veículo, especialmente se você planeja usá-lo por muitos anos.

A limitação de quilometragem é outro ponto crítico. A maioria dos contratos estabelece limites mensais ou anuais, e ultrapassá-los resulta em cobranças extras que podem pesar no orçamento.

Você também não acumula patrimônio. Ao final do contrato, não há nada para vender ou trocar. Todo o dinheiro investido foi pelo uso temporário do veículo.
As restrições de uso incluem impossibilidade de personalização, limite de condutores autorizados e necessidade de manter o carro em perfeitas condições para evitar cobranças adicionais.

Comparação com o financiamento tradicional

No financiamento, você se torna proprietário do veículo, mesmo que ainda esteja pagando as parcelas. Isso significa que pode vender, trocar ou modificar o carro quando quiser.

Os custos iniciais são maiores, incluindo entrada, documentação e seguro próprio. Porém, a longo prazo, pode ser mais econômico, especialmente se você mantém o carro por muitos anos após quitar o financiamento.

A principal diferença está no objetivo: o financiamento visa à propriedade do bem, enquanto a assinatura foca no uso temporário com máxima comodidade.

No financiamento, você assume todos os riscos e custos de manutenção, mas também fica com o patrimônio. Na assinatura, transfere esses riscos em troca de uma mensalidade mais alta.

Como decidir o que é melhor para você

Analise primeiro seu perfil de uso. Se você roda poucos quilômetros por mês e valoriza comodidade acima de economia, a assinatura pode fazer sentido. Considere seu horizonte de tempo. Para períodos curtos ou situações temporárias, como mudança de cidade ou trabalho, a assinatura oferece flexibilidade valiosa.

Avalie também sua relação com patrimônio: se acumular bens é importante para você, a propriedade do veículo através do financiamento pode ser mais atrativa.

Faça as contas considerando todos os custos. Compare a mensalidade da assinatura com o custo mensal equivalente de possuir um carro similar, incluindo parcela do financiamento, seguro, impostos e manutenção.

O carro por assinatura não é melhor nem pior que outras modalidades - é diferente. A escolha ideal depende das suas prioridades.

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

Mais de Invest

Bolsas recuam com incertezas sobre tarifas dos EUA e dados fracos no Reino Unido

IOF, vendas no varejo e PPI nos EUA: o que move o mercado

O dólar renova mínimas e já se aproxima dos R$ 5,50. Até onde vai a queda?

Safra rebaixa C&A, Vivara e Azzas: ‘desafios macroeconômicos e potencial de valorização limitado’