A empresa espanhola Multiverse já tem clientes como Moody's e Intel e projeta vendas de US$ 25 milhões em 2025 (Getty Images). (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 16h42.
A Multiverse Computing, sediada na região basca da Espanha, alcançou uma avaliação de mais de US$ 500 milhões com uma proposta disruptiva para o mercado de inteligência artificial (IA): construir modelos menores, mais baratos e com maior eficiência energética do que os grandes modelos de linguagem (LLMs) que alimentam chatbots como o ChatGPT.
A startup, que projeta vendas de US$ 25 milhões neste ano, argumenta que a maioria dos clientes corporativos não precisa do poder dos gigantes da IA e que o custo ambiental e financeiro dos LLMs é insustentável.
O CEO e cofundador da Multiverse, Enrique Lizaso Olmos, exemplifica a aplicação de sua tecnologia mostrando um modelo de IA pequeno (SLM) capaz de ajudar drones a identificar alvos com precisão em campo de batalha, como tanques e soldados inimigos. Essa aplicação consome muito pouca energia e utiliza processadores comuns (CPUs) em vez das custosas unidades de processamento gráfico (GPUs) dominantes no mercado de LLMs.
A empresa atende clientes de grande porte, incluindo Bosch, Moody’s, Bank of Canada e a operadora espanhola Telefónica, onde conseguiu reduzir drasticamente o custo do sistema de atendimento ao cliente ao comprimir o LLM utilizado.
O modelo de negócio da Multiverse surge em meio à crescente preocupação de que os gigantescos investimentos exigidos pela IA não se paguem, além dos custos ambientais. O CEO da OpenAI, Sam Altman, já previu que os modelos gigantes podem desaparecer. O CEO da Nvidia, Jensen Huang, estimou que um único data center de IA pode custar US$ 50 bilhões, com US$ 35 bilhões destinados apenas à aquisição de chips GPU.
Os fundadores da Multiverse acreditam que a corrida da IA é um erro, pois a maioria dos usuários pode ter suas necessidades atendidas por modelos que operam com poucos milhões de parâmetros, e não bilhões, como os LLMs. A empresa utiliza algoritmos inspirados na física quântica para treinar computadores comuns, resultando em operações mais rápidas e inteligentes.
A Multiverse já levantou US$ 290 milhões em duas rodadas de financiamento. Seus modelos, chamados de “Slim”, demonstraram um aumento na eficiência energética de 84% em comparação com as versões originais de modelos open-source, com perda mínima de precisão (entre 2% e 3%).
Em um movimento que desafia o status quo e a censura, a Multiverse lançou o modelo ChickenBrain, uma versão comprimida do Llama 3.1 da Meta. A empresa também removeu filtros de censura de um modelo chinês (DeepSeek), permitindo aos usuários acesso a informações politicamente sensíveis, como o massacre da Praça da Paz Celestial em 1989.
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