Lila Sciences: startup de biotecnologia usa inteligência artificial para acelerar descobertas em materiais e medicamentos. (Reprodução/LinkedIn)
Repórter
Publicado em 13 de setembro de 2025 às 16h54.
Última atualização em 13 de setembro de 2025 às 17h13.
A Lila Sciences startup de tecnologia sediada em Massachusetts, levantou US$ 235 milhões em uma rodada de investimento que avaliou a empresa em cerca de US$ 1,23 bilhão.
O objetivo, segundo a Bloomberg, é ampliar o uso de inteligência artificial para acelerar e facilitar descobertas científicas.
A empresa saiu do modo ‘stealth’ em março, após um aporte inicial de US$ 200 milhões, e vem desenvolvendo modelos de IA treinados em literatura acadêmica de áreas como química, materiais e ciências da vida.
Com o novo financiamento, a Lila pretende expandir suas chamadas “fábricas científicas”, laboratórios automatizados onde pesquisadores humanos e softwares interagem para testar hipóteses geradas pelos modelos de IA. Os resultados retornam ao sistema, criando um ciclo de feedback contínuo.
O CEO e cofundador, Geoffrey von Maltzahn, afirmou que depender apenas de dados públicos impõe limites:
“O ciclo de feedback permite descobrir coisas que seriam mais lentas ou até impossíveis com os paradigmas anteriores”, disse.
Os métodos convencionais de pesquisa, baseados em hipóteses e experimentação sequencial, podem levar anos, segundo a Bloomberg. A Lila acredita que sua tecnologia pode reduzir esse tempo em semanas ou meses.
Desde sua fundação em 2023, a empresa afirma já ter descoberto milhares de proteínas, ácidos nucleicos, compostos químicos e materiais inéditos, todos testados em seus laboratórios.
Ainda sem produtos comercializados, a startup relata interesse de companhias externas em usar sua plataforma e planeja abrir acesso a algumas delas até o fim de 2025.
A rodada foi liderada pela Braidwell e pela Collective Global, gestora de investimentos ligada a fundos de pensão da Califórnia. Entre os investidores de rodadas anteriores estão a ARK Venture Fund, de Cathie Wood, e a General Catalyst.
Para Daniel Adamson, cofundador e co-CEO da Collective, o diferencial está no potencial de inovação em ritmo acelerado:
“Pense na Lila como uma fábrica de propriedade intelectual por excelência. Você pode otimizar a criação de patentes de uma forma que ninguém espera”, afirmou.
Além da expansão dos laboratórios, a Lila também planeja colocar equipes humanas para competir com seus modelos de IA. Von Maltzahn explicou que a iniciativa busca avaliar se a empresa está no caminho de criar o que chama de “superinteligência científica”.