Inteligência Artificial

OpenAI fecha acordo de US$ 1,5 tri com Nvidia, AMD e Oracle para chips

Negociações diretas conduzidas por Sam Altman visam assegurar capacidade computacional sem intermediação de bancos de investimento

Sam Altman: CEO da OpenAI

Sam Altman: CEO da OpenAI

Publicado em 28 de outubro de 2025 às 04h31.

Nos últimos meses, a OpenAI, pioneira da inteligência artificial generativa e criadora do ChatGPT, vem estruturando acordos de fornecimento de chips e infraestrutura com empresas como Nvidia, AMD, Oracle e Broadcom que podem alcançar até US$ 1,5 trilhão em valor total.

Apesar do expressivo montante, as negociações foram lideradas diretamente pelo CEO Sam Altman e um grupo restrito de executivos, com pouco ou nenhum envolvimento de assessores externos tradicionais, como bancos de investimento ou escritórios de advocacia.

Segundo fontes do Financial Times próximas à empresa, Altman delegou tarefas técnicas e financeiras a nomes como Greg Brockman, presidente e cofundador da OpenAI, Sarah Friar, CFO da startup, e Peter Hoeschele, responsável por financiamento de infraestrutura. O foco inicial dos acordos é garantir volume e desenvolvimento de novos chips, deixando os termos financeiros detalhados para etapas posteriores.

Desse modo, a estratégica capitaneada por Altman busca acelerar a entrega de capacidade computacional para sustentar o avanço de modelos de IA generativa, com contratos multianuais, baseados em confiança mútua entre as partes, e cláusulas que permitem ajustes futuros conforme o fluxo de caixa da startup.

No entanto, esse processo pouco convencional é alvo de críticas, tanto pela falta de detalhamento financeiro quanto por estruturas circulares, em que fornecedores, investidores e clientes estão interligados. Wall Street, por sua vez, vem recompensando as parceiras da OpenAI, com expressivas altas de ações assim que cada acordo é anunciado.

Exemplos de acordos da OpenAI

Os diversos acordos recentes têm como base o contrato firmado em março com a CoreWeave. Na ocasião, a desenvolvedora do ChatGPT fechou acordo de US$ 11,9 bilhões por capacidade de nuvem e recebeu US$ 350 milhões em ações da parceira em troca. Desde então, o contrato já foi ampliado para mais de US$ 22 bilhões, enquanto as ações da CoreWeave triplicaram.

Estrutura semelhante foi usada com a Nvidia: um investimento de até US$ 100 bilhões em troca de US$ 350 bilhões em compras de chips. Segundo o Financial Times, assessores externos não foram consultados nesse contrato.

Poucos dias depois, a parceria com a AMD também trouxe cláusulas incomuns: a OpenAI poderá comprar até 10% da empresa por US$ 0,01 por ação, desde que adquira 6 GW em chips da fornecedora. Já com a Oracle, a negociação começou após a desistência de um cliente de um data center no Texas, com a OpenAI assumindo o espaço e fechando um acordo de US$ 300 bilhões por cinco anos.

Até o final de 2025, a desenvolvedora do ChatGPT espera atingir receita anual de US$ 13 bilhões. Mesmo assim, continua operando no vermelho e firmando contratos expressivos, que superam amplamente seu faturamento. Esse cenário reflete a grande expectativa de que o potencial econômico da IA ainda esteja em sua fase inicial e que a OpenAI siga liderando o desenvolvimento da nova tecnologia.

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