Inteligência Artificial

O passo da Meta e de Zuckerberg em direção à 'superinteligência'

Meta vai apostar bilhões em pesquisa para desenvolver sistemas de IA que superem a inteligência humana, com um novo laboratório liderado por Alexandr Wang

Meta: investimento bilionário em superinteligência para liderar o futuro da IA (VINCENT FEURAY / Colaborador/Getty Images)

Meta: investimento bilionário em superinteligência para liderar o futuro da IA (VINCENT FEURAY / Colaborador/Getty Images)

Publicado em 10 de junho de 2025 às 09h44.

Tudo sobreMeta
Saiba mais

A Meta (META) está criando um sistema de "superinteligência" com o objetivo de ultrapassar as capacidades cognitivas do ser humano, o que pode representar uma mudança radical na interação com a tecnologia e na forma como ela impacta os humanos. A empresa, dona de plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou a criação de um laboratório de pesquisa avançada focado em desenvolver uma inteligência artificial (IA) para chegar a esse ponto.

Com esse movimento, a Meta não só busca liderar a inovação tecnológica, mas também recuperar o terreno perdido na corrida pela liderança em inteligência artificial. A competição se intensificou desde o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, e a Meta agora corre para acelerar seu desenvolvimento de IA.

A estratégia pode colocar a Meta de volta na vanguarda da IA, após uma série de desafios internos e externas. O laboratório, segundo o The New York Times, será responsável por avançar em áreas como aprendizado profundo, redes neurais e novas formas de computação.

A busca pela superinteligência: o que isso significa?

O conceito de superinteligência vai além da criação de uma inteligência artificial geral (A.G.I., na sigla em inglês), que busca desenvolver sistemas capazes de realizar qualquer tarefa cognitiva humana. Enquanto a A.G.I. tenta replicar as funções intelectuais humanas de maneira geral, a superinteligência se refere a um nível de IA que não apenas imita, mas supera as capacidades humanas em áreas como eficiência, criatividade e tomada de decisão.

A superinteligência artificial (ASI), como é conhecida, é uma forma hipotética de IA que possui um intelecto superior ao das mentes humanas mais brilhantes e talentosas em praticamente todos os domínios. Este sistema, essencialmente baseado em software, teria poderes intelectuais muito além dos de qualquer ser humano.

Embora a superinteligência ainda não exista, muitos pesquisadores acreditam que ela é uma possibilidade futura, considerando o ritmo acelerado de desenvolvimento da IA. Alguns especialistas preveem que a superinteligência surgirá logo após o desenvolvimento da A.G.I., em um processo que pode ser descrito como uma "explosão de inteligência", onde uma IA geral começa a aprender com dados e de suas próprias ações.

A partir daí, ela passa a se melhorar constantemente através de um processo chamado autoaperfeiçoamento recursivo, no qual a IA usa sua própria inteligência para se aprimorar ainda mais, gerando um aumento exponencial em suas capacidades. Eventualmente, isso permitiria que a IA superasse a inteligência coletiva de toda a civilização humana.

As capacidades superiores da superinteligência poderiam se aplicar a diversas disciplinas e setores, como cognição, resolução de problemas, habilidades sociais, criatividade e inteligência geral. Tal tecnologia teria o potencial de transformar a maneira como o mundo funciona, oferecendo soluções para problemas complexos nas áreas de saúde, finanças, pesquisa científica e até mesmo na política.

A Meta, ao investir no desenvolvimento de superinteligência, se junta a outras gigantes da tecnologia como Google e Microsoft, que também estão explorando os caminhos para alcançar essa meta futurista, consciente de que o impacto dessa tecnologia pode ser transformador em diversas esferas da sociedade.

Investimentos bilionários e parcerias estratégicas

Para concretizar sua visão de liderar a revolução da inteligência artificial, a Meta está adotando uma abordagem agressiva.

Além de contratar Alexandr Wang, CEO da Scale AI, a empresa está construindo um laboratório de superinteligência com foco em inovações que podem transformar a IA em uma ferramenta muito mais poderosa.

A Meta também está oferecendo pacotes de compensação impressionantes, na faixa de sete a nove dígitos, para atrair talentos de ponta de outras empresas líderes no setor de IA, como OpenAI e Google. Isso inclui pesquisadores de alto nível e engenheiros de IA, que têm sido fundamentais no avanço de tecnologias como os modelos de linguagem e aprendizado profundo. A Meta não está apenas recrutando, mas buscando ativamente as mentes mais brilhantes do setor para acelerar suas pesquisas e inovações.

Esses esforços são parte de uma estratégia maior, e a Meta pretende fortalecer sua infraestrutura de IA com a construção de centros de dados de última geração e a implementação de processadores avançados, criando um ambiente capaz de suportar as complexas demandas da superinteligência.

O papel de Mark Zuckerberg na estratégia de IA

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, tem sido um defensor fervoroso da IA, vendo-a como uma das maiores inovações do futuro. Sob sua liderança, a Meta já investiu bilhões de dólares em IA, e o lançamento de produtos como o Meta AI, integrado ao Facebook, Instagram e WhatsApp, demonstrou seu compromisso em incorporar essa tecnologia em todas as suas plataformas. A criação do laboratório de superinteligência é mais um passo para consolidar o papel da Meta como líder em IA, e o investimento substancial que a empresa está fazendo reflete sua visão de longo prazo para essa área.

Em seus esforços para se destacar no setor de inteligência artificial, a Meta planeja um investimento massivo. Relatórios indicam que a empresa está em negociações avançadas para investir mais de US$ 10 bilhões na startup Scale AI, especializada na rotulagem de dados essenciais para o treinamento de IA. Este seria o maior investimento externo da Meta em IA e um dos maiores eventos de financiamento no setor até o momento.

Além deste investimento específico, Zuckerberg anunciou que a Meta planeja gastar até US$ 65 bilhões em 2025 em despesas de capital relacionadas à IA, com foco principalmente na construção de infraestrutura, como centros de dados equipados com processadores avançados. O investimento abrangente visa apoiar o desenvolvimento e a implementação dos modelos de IA da Meta, incluindo a família de grandes modelos de linguagem Llama.

Desafios para alcançar a superinteligência

Embora o projeto de superinteligência seja ambicioso, ele enfrenta desafios técnicos e éticos significativos.

A criação de uma IA que vá além das capacidades humanas exigirá novas abordagens em aprendizado de máquina, redes neurais e modelagem computacional. Além disso, surgem questões sobre governança e segurança, com muitos especialistas alertando para os riscos que podem surgir ao criar sistemas mais poderosos do que a própria mente humana. O futuro da IA nunca foi tão incerto e, ao mesmo tempo, tão promissor.

Acompanhe tudo sobre:MetaFacebookmark-zuckerbergInteligência artificial

Mais de Inteligência Artificial

Wikipedia suspende teste com IA que gerava resumos automáticos após reação dos editores

Adobe projeta lucros acima do esperado, mas encara desafios na era da IA

Startup de nuvem Crusoe investe US$ 400 milhões em chips da AMD para novo data center de IA nos EUA

Cuidado ao usar o Meta AI: botão de compartilhar pode expor conversas privadas dos usuários