Stanford revela por que empresas estão falhando no uso da inteligência artificial (Getty Images). (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 16h49.
A empolgação com a inteligência artificial domina o cenário econômico dos EUA. As gigantes de tecnologia já gastaram mais de US$ 100 bilhões em IA em 2025, e, segundo o Deutsche Bank, esses investimentos são o que impede o país de entrar em recessão.
Mas fora do setor de tecnologia, o cenário é bem diferente: apenas 14% das grandes empresas realmente aplicam IA de forma eficaz, de acordo com o Goldman Sachs.
Pesquisadores do Instituto de IA Centrada no Humano e do Laboratório de Economia Digital de Stanford analisaram o dia a dia de 1.500 trabalhadores em 104 profissões para entender onde a IA faz diferença real.
Eles criaram quatro zonas de uso:
Luz verde: tarefas que os trabalhadores querem automatizar e que a IA consegue executar bem;
Luz vermelha: ações que a IA pode fazer, mas que as pessoas preferem manter sob controle humano;
Luz amarela: o que os trabalhadores gostariam de automatizar, mas que a IA ainda não domina;
Sem luz: deveres que a IA não faz bem e que ninguém quer automatizar.
O resultado: a maioria quer IA para eliminar partes monótonas do trabalho, como checagem de dados, agendamento e entrada de informações — não para substituir totalmente suas funções.
O estudo revela que 41% das ferramentas de IA no mercado estão focadas em tarefas das zonas erradas — atividades que os funcionários não querem delegar ou que a IA ainda não executa com precisão.
Poucas startups realmente desenvolvem soluções na zona de Luz Verde, onde há demanda real e retorno prático. Assim, a adoção corporativa segue baixa, porque as ferramentas disponíveis não resolvem os problemas cotidianos dos trabalhadores.
Stanford conclui que o melhor uso da IA é automatizar o tedioso e liberar tempo para tarefas estratégicas.
Um experimento citado mostra que paralegais instruídos a usar IA apenas nas partes que odiavam do trabalho foram muito mais produtivos que os que receberam a meta genérica de “ser mais eficientes”.
Em resumo, a IA funciona melhor como parceira de trabalho, não como substituta.
Startups que buscam autonomia total da IA estão na direção errada. A colaboração entre humano e máquina — com supervisão e intervenção humana — gera os melhores resultados imediatos.
Em vez de criar ferramentas “revolucionárias” que poucos usarão, Stanford sugere que as empresas faturem alto resolvendo problemas reais e rotineiros.
Por exemplo, em vez de IA para diagnosticar doenças, médicos preferem soluções que transcrevem anotações, resumem prontuários e verificam interações medicamentosas.
“Automatizar o que é chato” pode não soar glamouroso, mas é a estratégia mais lucrativa e sustentável.
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