Microsoft: proposta é fazer com que a adoção dessas tecnologias seja tão natural quanto outras competências exigidas no dia a dia corporativo, como colaboração e comunicação (Oliver Berg/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 28 de junho de 2025 às 09h51.
O uso de inteligência artificial dentro da Microsoft deixou de ser uma recomendação para se tornar uma exigência.
A empresa tem incentivado líderes a considerar o uso de ferramentas internas de IA, como o GitHub Copilot, na avaliação de desempenho de seus times — e algumas equipes já estudam adotar métricas formais relacionadas ao tema.
“Usar IA não é mais opcional — é parte essencial de todo cargo e todo nível da empresa”, afirmou Julia Liuson, presidente da divisão de desenvolvedores da Microsoft, em um e-mail recente enviado a gerentes, segundo apuração do portal norte-americano Business Insider.
Liuson lidera a área responsável por ferramentas como o GitHub Copilot, serviço de codificação com IA da companhia.
Ainda de acordo com o Business Insider, a executiva orientou que o uso de IA seja considerado nas “reflexões sobre o desempenho e o impacto de cada funcionário”.
A proposta é fazer com que a adoção dessas tecnologias seja tão natural quanto outras competências exigidas no dia a dia corporativo, como colaboração e comunicação.
A mudança ocorre num contexto em que a própria Microsoft reconhece uma adoção aquém do esperado de suas soluções baseadas em IA.
A medida também visa garantir que os profissionais que estão construindo essas ferramentas compreendam melhor seu funcionamento e suas possibilidades de uso.
Na divisão comandada por Liuson, o GitHub Copilot vem enfrentando maior concorrência, com o surgimento de novas plataformas como o Cursor. Segundo nota recente do Barclays, o Cursor já teria superado o Copilot em uma área estratégica do mercado de desenvolvedores.
Embora permita o uso de algumas ferramentas externas que atendam a requisitos de segurança, como o assistente de código Replit, a Microsoft tem buscado ampliar o uso das soluções próprias entre seus funcionários.
Essa movimentação também tem impactos nas negociações entre Microsoft e OpenAI — principal parceira da empresa no campo da inteligência artificial.
Segundo o Business Insider, a OpenAI estaria considerando adquirir a Windsurf, concorrente do Cursor. No entanto, o acordo atual entre Microsoft e OpenAI daria à gigante do software acesso à propriedade intelectual da Windsurf, o que gerou resistência tanto da startup quanto da OpenAI.