O pioneiro da IA defende que a revolução do deep learning depende da pesquisa básica das universidades (Getty Images). (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 14h39.
Os Estados Unidos correm o risco de perder sua vantagem na corrida da inteligência artificial (IA) para a China, alertou o pioneiro da área, Geoffrey Hinton. Em uma aparição recente no podcast "The Weekly Show With Jon Stewart", Hinton afirmou que a liderança dos EUA é menor do que a percepção geral e não vai durar.
Hinton, conhecido como o "padrinho da IA" e pioneiro na área, criticou as ações que enfraquecem o suporte às principais universidades de pesquisa do país.
"Suponha que você queira fazer uma coisa que realmente vá prejudicar um país, que realmente signifique que em 20 anos esse país ficará para trás em vez de na frente," disse Hinton. "A única coisa que você deveria fazer é mexer no financiamento da ciência básica, atacar as universidades de pesquisa, remover bolsas para ciência básica a longo prazo. Isso é um desastre completo."
O especialista enfatizou que a vantagem dos EUA sobre a China "não é tão grande quanto se pensava".
Hinton defende que o investimento sustentado em pesquisa básica é a base de todo o avanço tecnológico.
"Se você olhar, por exemplo, para esse deep learning, a revolução da IA que temos agora, [ela] veio de muitos anos de financiamento contínuo para pesquisa básica, não de enormes quantias de dinheiro," ele explicou. "Todo o financiamento para a pesquisa básica que levou ao deep learning provavelmente custou menos do que um bombardeiro B-1. Uau. Mas foi um financiamento sustentado para pesquisa básica. Se você mexe com isso, você está comendo as sementes [prejudicando o futuro]."
Hinton não detalhou a quais cortes ou ataques se referia, mas a administração do presidente Trump tem pressionado repetidamente as principais universidades, incluindo Harvard, MIT, Princeton e Columbia, sobre questões como o tratamento de "assédio antissemita", políticas de admissão e diversidade.
Oficiais do governo ameaçaram cortar o financiamento federal de pesquisa das universidades, a menos que as instituições cumpram as mudanças solicitadas pela administração. O próprio presidente Trump declarou recentemente que um acordo com Harvard estava "próximo".
Na semana passada, a presidente do MIT, Sally Kornbluth, rejeitou uma oferta do Departamento de Educação que daria acesso preferencial a fundos federais, mas exigiria que a universidade alterasse políticas em áreas como admissão e limites para discursos políticos de funcionários.
Hinton concluiu que a liderança internacional no desenvolvimento seguro da IA terá que vir da Europa e da China, já que não virá dos EUA por mais três anos e meio, em referência ao provável fim do mandato de Trump.
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