Redator
Publicado em 29 de julho de 2025 às 14h32.
Última atualização em 29 de julho de 2025 às 14h43.
A reforma tributária aprovada em 2023 ainda nem entrou em vigor de forma plena — isso só acontecerá em 2033 —, mas seus efeitos já começam a chegar para o setor produtivo em 2025. Pensando nisso, a V360, empresa brasileira de tecnologia fiscal, lançou uma IA gratuita voltada para ajudar profissionais da área fiscal e contábil a entender o que está por vir.
Batizada de “IA da Reforma”, a ferramenta está em versão beta e usa inteligência artificial para responder dúvidas operacionais sobre as novas regras tributárias. O sistema foi treinado com base em perguntas reais feitas por analistas e coordenadores fiscais, segundo a empresa.
“O principal gargalo hoje não é a legislação, mas a falta de entendimento prático de como aplicar essas mudanças. A IA ajuda a cobrir essa lacuna”, afirma Izaias Miguel, co-CEO da V360.
A partir de outubro de 2025, empresas já precisarão se adequar às novas regras de entrada e validação de notas fiscais. A transição, que se estende até 2032, vai exigir adaptações técnicas em áreas como contas a pagar, faturamento e sistemas de emissão fiscal.
Fundada em 2015 e sediada em Jundiaí (SP), a V360 atua com soluções de automação e gestão fiscal voltadas para médias e grandes empresas. Seu principal produto é uma plataforma de compliance tributário integrada a sistemas como SAP e Totvs, usada por mais de 200 grupos empresariais no Brasil, principalmente nos setores industrial e varejista.
Em 2023, a empresa ultrapassou os R$ 30 milhões em receita recorrente anual (ARR) e vem crescendo, em média, 30% ao ano. O foco é a digitalização de processos fiscais e a adaptação ao novo modelo tributário, que unificará tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS em um sistema baseado no Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
Especialistas em tributação e transformação digital recomendam que as empresas comecem já a preparar seus processos internos para a transição. O Serpro, órgão federal responsável pelo processamento de dados, estima que até 2032 serão necessárias capacidades para processar 25 mil transações por segundo, totalizando cerca de 800 bilhões de operações fiscais por ano.
Caso as empresas não se adaptem a tempo, correm risco de paralisação em áreas críticas, como faturamento e pagamentos. O impacto pode ser maior em setores com alto volume de transações, como o varejo e a indústria, que operam em ciclos apertados e margens estreitas.
A expectativa é que outras soluções tecnológicas semelhantes surjam nos próximos anos, já que o novo sistema tributário exigirá grande integração entre equipes fiscais e times de tecnologia.