Inteligência Artificial

Google ajusta cargas de IA para proteger redes elétricas durante pico de demanda por energia

Gigante da tecnologia firmou parceria com empresas de energia para reduzir consumo nos períodos de alta demanda

Google vem implementado uma estratégia chamada de "resposta à demanda", por meio da qual consegue ajustar dinamicamente o consumo de energia de seus data centers (Greg Baker/AFP)

Google vem implementado uma estratégia chamada de "resposta à demanda", por meio da qual consegue ajustar dinamicamente o consumo de energia de seus data centers (Greg Baker/AFP)

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 13h55.

A demanda por eletricidade está em alta nos Estados Unidos e no mundo, especialmente com o crescimento dos data centers para inteligência artificial (IA) e o aumento no uso de aparelhos como ares-condicionados, impulsionado por ondas de calor. Em resposta a esse cenário, o Google anunciou um acordo com as fornecedoras de energia Indiana Michigan Power (I&M) e Tennessee Valley Authority (TVA) para pausar tarefas de IA não essenciais quando a demanda de eletricidade atingir níveis críticos.

Essa prática não é inédita para a gigante da tecnologia. O Google já a aplica em atividades como o processamento de vídeos do YouTube, que são transferidos para data centers com maior disponibilidade de energia, evitando sobrecarregar regiões com alta demanda. A nova medida inclui também as cargas de trabalho de IA, especialmente em estados com previsão de altas temperaturas, onde o uso de energia, principalmente para ar-condicionado, tende a aumentar ainda mais.

O objetivo da ação é evitar que falhas no fornecimento de energia sejam atribuídas à utilização de IA, como o funcionamento do modo de pesquisa baseado em inteligência artificial, quando as temperaturas ultrapassarem os 37,7°C. Assim, se houver picos de demanda ou interrupções no fornecimento de energia, a I&M e a TVA poderão solicitar que o Google redistribua ou limite suas tarefas não urgentes até que a situação se normalize.

Estratégia “resposta à demanda”

A estratégia, denominada "resposta à demanda", já foi implantada em alguns dos data centers do Google. Ela permite que a empresa ajuste dinamicamente o consumo de energia, facilitando a conexão de novas unidades sem sobrecarregar a rede elétrica local. Essa flexibilidade ajuda a equilibrar a carga, principalmente quando as condições climáticas extremas aumentam a demanda por eletricidade.

Em seu blog, o Google destaca que, ao implementar essa flexibilidade, pode gerenciar o crescimento do uso de IA, mesmo em locais com geração e transmissão limitadas de energia. Embora o treinamento e a execução de modelos de IA consumam grandes volumes de eletricidade, a empresa acredita que é possível transferir algumas operações para horários de menor demanda, como à noite, quando a capacidade das redes é mais folgada.

Contudo, a iniciativa enfrenta desafios. Algumas cargas de trabalho de alta demanda, como as buscas, o Google Maps e o Google Cloud, podem não ser compatíveis com a estratégia em sua forma atual, especialmente em momentos de pico. Mesmo com essas limitações, o Google segue investindo em alternativas sustentáveis, como energia solar, eólica e nuclear, à medida que a demanda por energia cresce com a expansão da IA. 

 

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