Donald Trump e Xi Jinping, presidentes de EUA e China, respectivamente (Jim Watsonpeter Klaunzer/AFP/Getty Images)
Redator
Publicado em 16 de junho de 2025 às 10h45.
Nos últimos meses, empresas chinesas têm recorrido a alternativas para contornar as restrições dos Estados Unidos à venda de chips de alta performance para inteligência artificial. Em alguns casos, chips domésticos são utilizados. Em outros, dados são enviados para regiões como o Sudeste Asiático ou o Oriente Médio, onde os modelos de IA são treinados com chips norte-americanos.
Um exemplo disso ocorreu em março, quando quatro engenheiros chineses viajaram para a Malásia com malas contendo 15 HDs, totalizando 80 terabytes de dados (planilhas, imagens e vídeos). De acordo com Wall Street Journal, a empresa dos engenheiros alugou cerca de 300 servidores com chips avançados da Nvidia para treinar modelos de IA no país, que seriam então levados de volta à China.
Entretanto, essas operações estão se tornando mais desafiadoras, pois autoridades de países como Cingapura e Malásia estão aumentando a vigilância sobre a transição de hardware e dados para a China. Recentemente, as autoridades de Cingapura acusaram indivíduos de fornecer informações falsas sobre a destinação de servidores Nvidia, que acabaram sendo utilizados de forma inadequada para transitar para a China.
O mercado de data centers na região do Sudeste Asiático está em rápida expansão, com capacidade superior a 2.000 megawatts, equivalente à soma de Londres e Frankfurt, os maiores mercados da Europa. A demanda por chips de Nvidia e AMD cresceu significativamente, com empresas chinesas comprando grandes quantidades para instalação de servidores nesses locais, apesar das pressões da administração Trump.